Fátima Custódio
Gritante
O tempo grita no deserto
E sinto a alma pesada
Como o silêncio das dunas.
Afasto a amargura
Qual veneno de serpente
Que me mata lentamente.
Tremo de frio e de raiva
O vento morno não sopra;
Um grito trespassa
O meu corpo
Num relâmpago de saudade.
Tremo de medo que o sol se vá
E me deixo sem brilho
Na noite nua.
Tremo de fúria, impotente,
Não alcanço o meu espírito,
Não tenho paz no meu Eu,
Liberto os instintos
Numa fé selvagem
De acreditar em mim.
Mergulho nas raízes
Sugando a volúpia,
Exalando o desejo
De saber que existes
Para mim
Eternamente…
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