PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Pequeno Príncipe




Lúcinha Santos





A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa.
- Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma.
Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos,
os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!"

Antoine De Saint-Exupery

Sonha, poeta!...


Carmen Alice Ribeiro




"O sonho é o entorpecente, 
o mais sublime tóxico do mundo, 
a morfina ideal do teu viver... 
- sonha um sonho infinito, azul, profundo 
Indefinidamente, 
e esquece a vida que tu tens presente 
pela vida maior que há no teu Ser! (...) 

Não poderás viver ao chão pousado 
porque escravo da terra tu não és... 
- nasceste para o azul imensurado 
para rasgar o céu de asas abertas, 
não tendo ao solo acorrentado os pés! (...) 

Sonha! Que este sonhar só bem te faz! 
Sê sempre o mesmo: 
Um louco! 
Um incomum! 
Não te sujeites a domínio algum 
e que o teu sonho não acabe mais!"
~A.D~

Ir e vir...


Josemir Tadeu Souza



Ir e vir...
abrupto seguir
sob céu cinzento.
Cresci.
Estou mais para vir,
na ilusão que invento.

O desuso dos meus sentidos,
faz-me sentir os doridos
e profundos lamentos
oriundos dos meus já vividos,
e divididos sentimentos...

Ir e vir...
estagnar, se repetir.
Pulo sobre a cancela,
e fecho-me em minha etérea cela
até que posssa redescobrir
o que me define,
enquanto a poesia faz-me saber que ir,
é um está de quase fugir.
O vir é uma questão de abarcar
o que ainda em esperança pode luzir,
mesmo sob céu acizalhado e cinzento.

Já não consigo doirar a ilusão que invento.
O vento fêz-me sentir que seguir
seria crescer com e no sentimento.

Ir e vir...
eterno prosseguir.
Mesmo que por momentos
a gente disso se esqueça,
e a razão, rocie o orbe do sono,
e sonhando, adormeça...

josemir (ao longo...)

O que verdadeiramente somos



Fatima Pessoa



O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.


Clarice Lispector

Minha única bússola



Carmen Alice Ribeiro



‎"Sou uma espécie de pássaro encantado que não aceita gaiolas nem
qualquer tipo de prisão. Minha mágica está justamente no bater de
asas, que se douram pertinho do sol e o meu maior prazer é ir e vir
quando o coração -- minha única bússola -- pede." 

~Desconheço o autor~

O Tempo Não Para


Carmen Alice Ribeiro

Cazuza



Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para

Procura










Nesta vida aos solavancos,
Num circo de saltimbancos,
Corro o mundo à procura!
-Não como macho, a fêmea -
Mas da minha alma gémea,
Para sair desta amargura!

Viver sem ti não é vida!
É um beco sem saída,
Ou porta aberta à dor!
Barco no mar à deriva,
Em ondas de maré viva,
Amar sem ti, não é amor!

Eu não quero o teu corpo,
Frio, tépido, ou torpor,
Ou com o sangue a ferver!
Quero mais! Quero-te a alma,
Ou o meu ser se espalma,
No teu ser a renascer!

Quero ver nascer o Sol,
Ouvir cantar o rouxinol,
Na tua voz, no teu olhar!
Quero que ao nascer do dia,
Não diga com nostalgia:
-Estou de novo a sonhar!

Mas mesmo que seja sonho,
Será um dia risonho,
Numa noite de ventura!
Enquanto estou sonhando,
Deixo de estar pensando,
Que estou louco sem cura!

A. Bastos (Júnior)

Quanto vale uma amizade?


Angela Mendes






Quanto vale uma amizade?
Se não sabes, eu os digo,
Uma amizade vale o quanto um sorriso e capaz de abrir
Ela tem a mesma forca que um abraço,
Dura o tempo que você quer que ela dure
E você, tem um amigo?
Eu digo um amigo de verdade,
Daqueles que te liga à meia noite pra dizer “Boa Noite”
Se não tiver, podemos ser amigos,
Não te prometo muito,
Por que eu só tenho a te oferecer...
Alguns milhares de sorrisos, outras milhares de gargalhadas
Alguns milhões de abraços e uma ou outra lagrima,
Mas te garanto que elas serão de tanto rir.
O homem é capaz de voar, basta dar a ele assas. Certo?
ERRADO!
O homem e capaz de voar basta dar a ele AMIGOS!
Mais ai você me pergunta, como fazer um amigo?
Eii! E simples, sorria, olhe ao seu redor e distribua sorriso,
Agora mesmo ai sentado, ao seu lado tem alguém,
Olhe para ela e SORRIA!
Pode nascer ai, uma grande amizade ou simplesmente algum conhecido
O que você tem a perder?
Aposto que nada, então vamos...
SORRIA!
O que eu posso lhes dizer,
Nem que juntassem todo o dinheiro do mundo...
Pagariam os bons momentos que eu passei com meus amigos.
Anjos existem
Você apenas não os vê
Anjos existem...
E são facilmente chamados... De AMIGOS.
E agora, sabes o valor de uma amizade?



CEZAR FRUHAUF

Poemas Levedados


Angela Mendes





Faço poemas
Como se faz pão caseiro:
A massa tem de ser misturada,
Atritada, homogeneizada, levedada.
Os ingredientes que formam
A “massa” de meus poemas
São: meus pensamentos, minha emoções,
E minhas sensações.
Dois “recipientes” básicos são usados
Na preparação de meus poemas:
Minha mente e meu coração.
O processo de levedura
- Como no pão caseiro –
Às vezes é demorado,
Depende das “condições climáticas”:
Quanto mais quente melhor.
Só escrevo poema
Sob pressão e calor.
A mente e o coração
Têm de estar em ebulição.
Às vezes, como no pão caseiro,
Meus poemas saem meio puxados
No “sal e/ou no açúcar”;
É que, já me disseram,
Sou um tanto quanto exagerado
Ao expressar meus sentimentos.
MANOEL A. DE ALMEIDA

E Por Aí Eu Vou


Josemir Tadeu Souza


Nada do que quizer e fizer
Conseguirá transpor a barreira,
que sem eira ou beira
criei, pra seguir como ato de fé...

Minha vontade agora,
é sair estrada afoira
feito o pó da poeira,
que mesmo espalhado,
se ajeita.

Voltar atrás, 
não me apetece.
Sou criatura de seguir viagem.
Mesmo que por momentos,
haja um divagar da vontade.
Mesmo que meus pensamentos
mergulhem no emaranhado 
de meus sentimentos,
procuro como pensador itinerante,
sentar-me à sombra de uma árvore...
como se estivesse em um mirante.
Ali,
despojado dos ais, das promessas de paz,
absolutamente deslaçado,
revejo os meus momentos vividos,
presentes e passados,
e faço da natureza, meu respaldo.

Geralmente,
assim me redescubro.
Invariavelmente,
assim eu de novo me alumbro.
De forma crescente,
retomo meu personagem e volto à cena.
E se o texto se fizer finito, acabado,
refaço meus inspirares, crio outros temas.

E por aí vou...
assim, de forma bem transparente,
sou...

josemir(aolongo)

As Minhas Emoções


Josemir Tadeu Souza


O solo é fértiL.
As ofensas, tantas.
Mas a lira eclode.
A reação por vezes é inerte.
O cupim explode a madeira,
que parece se derrete.
Mas visagens, são muitas...

O coração é viagem.
O corpo é passageiro.
A vida, um trem
em movimento inteiro,
permitindo à alma que chegue primeiro,
pois que é nela que a verdade se reflete...

Eu sou um alguém.
Tenho certeza que sou.
Independente de quem
queira macular,
o que em mim se criou.

Mas as "verdades" de muitos,
parecem obedecer uma escala.
Mais valor tem a fala
daquele que "austero" parece.
E aí eu sinto, que o meu senso
se enrijece.
Denigre-se, de força padece,
e acua-se,
porém com a certeza de que o vento
levará boas notícias.
Não importa o que dizem.
Não importa a figura, que de mim desenhem.
Não importam as promessas, premissas.]

No ir e vir do que se afere verdade,
diluem-se as veleidades.
O que fica e ficará será minha vida.
Essa eu conheço.
Eu sei das emoções por mim vividas...

josemir (ao longo...)

Inconstância



Carmen Alice Ribeiro




Procurei o Amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu !

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava !
E era o sol que os longes deslumbrava,
Igual a tanto sol que me fugiu !

Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...

E este Amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também...nem eu sei quando!

( Florbela Espanca )

Uma Floresta Encantada



Carmen Alice Ribeiro








Saí pra ver o luar,
Pensando no que iria encontrar,
Encontrei as mais lindas estrelas.
Procurei então uma floresta,
Só fui perceber no fim,
Que a floresta estava dentro de mim.

Olhando para todos os lados,
Percebi que estava tudo no fim,
O homem fazendo queimada,
Matando a floresta encantada.

Depois eu compus uma canção,
Que falava de paz e união,
Em cada palavra que escrevia,
Não sei se conseguia e se devia,
Dizer-te que dentro de mim
Havia uma floresta sem fim.

Nas asas do vento voei,
Nas águas do mar naveguei,
E quanto mais eu navegava,
Mais longe eu avistava,
Uma floresta encantada,
Sem queimadas e sem tristeza,
Era uma floresta de muita beleza.


Divina Maria Ferreira 7º ano “A”
Concurso de Poesia (Projeto Cidadania Ambiental – PCA) 


Tudo Tem a Ver



Carmen Alice Ribeiro




Tudo tem a ver...
Samba com carnaval,
futebol com televisão,
flores com a primavera e
calor com o verão.

Mas nada tem a ver
matança e poluição,
queimada e desmatamento,
dor e sofrimento,
sangue e destruição.

Em todo lugar existe natureza,
mas nem todo lugar,
está com sua beleza,
está destruída,
feia e sem vida.

Nós fazemos parte,
do meio ambiente,
se a destruirmos,
também seremos destruídos.

Se quisermos sobreviver,
o meio ambiente,
teremos que proteger.

Não desmatar,
e não poluir,
um pouco dessa dor,
teremos que sentir.

Danielly de Morais 6º ano “B”

Largada num mundo sem paz





Simone Ribeiro




ESCRITA POR UM AMIGO - ALBERTO






vai, caminha e não olha p´ra trás
não quero que fiques por pena
ao me ver nessa cena
largada num mundo sem paz
já me cansei de quem fica
porque não sabe partir
ou não tem p´ra onde ir
hoje me sinto mais rica
ausente a tua paixão
mas livre o meu coração

vai, caminha e leva contigo a razão
dessa tristeza não pouca
que acaba me deixando louca
vítima da tua traição
quero aprender que mulher
também sobrevive sozinha
sem ser da saudade vizinha
pois quando se sabe o que quer
tanto faz solidão
e a gente diz não

vai, caminha...

Escrever é esquecer





Beth Zalazar




Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

Fernando Pessoa

Busquei





Adelice Dinha Relozi






Busquei a vida...Encontrei alegria
Busquei o amor...Encontrei você...
Encontrando você...
A busca cessou, o coração se acalmou
A vida alegrou, a paixão se instalou, o silencio gritou
O olhar te encontrou, meu corpo tremeu...
O amor me venceu...


E eu amei você quando me ensinou a viver
E eu amei você nos momentos que fomos mais que um
E eu amei você fazendo de cada elogio uma melodia....
E eu amei você me fazendo forte para continuar...


Em seu olhor consegui ver o brilho dos meus...
Foi quando me ensinou a amar...
Ficou um pouco de tudo...
Do cheiro do seu perfume,o gosto da sua boca,
FIcou também... A saudade... a vontade...O abraço apertado..

A Utopia





Carmen Alice Ribeiro








‎"A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".


Eduardo Galeano

A Saudade





Adelice Dinha Relozi








Dor que vem devagarzinho, de mansinho,
Vai chegando como quem não nada quer ...
Se instala sem pedir licença...
Como o vento...é brisa que vai aumentando sem se ver...


Ah!Saudade...
Tu és a ausência de alguma presença...
És a musa inspiradora dos poetas...
Companheira dos amores perdidos... desiludidos, sofridos...
Dos amores banidos...


Ah!...Saudade...
Lição de vida...
E que lição... que vida...
Vida vivida... aprendida...sofrida.
Lição de quem já amou, sofreu ...enfim... viveu.


Ah!... Saudade...
Saudade da infância...das brincadeira... dos lugares...
dos amigos...dos parceiros...falsos ou verdadeiros,
Dos namoros, das musicas, das conversas,
Saudade é dor doida...
Porem,sincera...verdadeira...


Ah!... Saudade...
Enfim... Saudade...
Companheira de uma vida inteira...

Memórias de um Apaixonado





Adelice Dinha Relozi








De tudo ficou um pouco. Do seu beijo. Minha boca vazia. De tuas palavras a minha surdez. De teu medo. Ficou minha coragem. Do seu corpo, meus olhos cegaram. Mas aquelas tuas palavras, daqueles dias de sol raiando, daquelas noites estreladas, destas não ha como ocultarde minha memória. Aquelas lembranças, onde nos nossos beijos, teus lábios pareciam favos de mel, onde seus olhos brilhavam maisque Paris durante a guerra. De tua pele ficou em mim cada pedacinho de ti, cada fio de cabelo, cada grãozinho de areia de teu corpo ficou nomeu. De teus olhos azuis ficou, em mim tua memória, que jamais ousarei em perder. De seu carinho, ficaram em mim os meus maiores prazeres que um homem já conseguiu em toda sua vida. Mas de você fica sempre um pouquinho de tudo, pois, minha única razão de vida e você minha tão doce e delicada pequena.

Acróstico




Maria Salete Ariozi






*
M inha boca quer a sua.
I nsinuosa , leve e crua.
N avegando a tua língua.
H oje amanhã e sempre!
A boca exótica, erótica.


B eijos ardentes e quentes.
O cheiro de tua boca, me deixas louca.
C rave teus lábios aos meus
A mordida labial, pura e sensual.


Q uanto mais beijo, aumenta o desejo.
U mida molhada, atacada
E nvolva meus lábios aos teus.
R anca-me toda vontade em beijo.


A tua boca, em minha boca, coisa louca.


S abor de beijo atrevido, lambido.
U ma frisson labial ,carnal.
A mamos beijar, pelo beijo começamos, nos amar.


A FLOR DE LIS -



Serenidade



Angela Mendes



Amanheci muito triste!
Uma tristeza serena e calada
lágrimas correm displicentes
no rosto dolorido e fechado.

Dor sentida não muda o exato,
estranha é sua essência
mesmo na certeza da alma desnudada,
no rosto permanece um sorriso claro.

Flor que deixou de ser regada...
mulher que sofre calada
no todo uma doçura cravada.

Segredos não revelados
mentiras retratando verdades
ilusôes que se foram
por caminhos acreditados.

É preciso trancar a boca
sobre caladas coisas
e sê só minha a dor
de ser reflexo
de nada que é
e tudo que foi.

 (Marcia Rocha) 

Canção do dia de sempre





Angela Mendes







Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana

Quero tudo novo de novo.







Lúcinha Santos












Quero não sentir medo.
Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais.
Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo.
Quero fins de semana de praia.
Aproveitar os amigos e abraçá-los mais.
Quero ver mais filmes e comer mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo.
Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto.
Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais.
Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais.
“E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha".


Fernando Pessoa

à Descoberta do Amor





Angela Mendes








Ensaia um sorriso
e oferece-o a quem não teve nenhum.
Agarra um raio de sol
e desprende-o onde houver noite.
Descobre uma nascente
e nela limpa quem vive na lama.
Toma uma lágrima
e pousa-a em quem nunca chorou.
Ganha coragem
e dá-a a quem não sabe lutar.
Inventa a vida
e conta-a a quem nada compreende.
Enche-te de esperança
e vive á sua luz.
Enriquece-te de bondade
e oferece-a a quem não sabe dar.
Vive com amor
e fá-lo conhecer ao Mundo.


Mahatma Gandhi

Você faz parte daqui