PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Natureza Pão e Fé (Delci Elena Corbari Pereira)



Delci Elena Corbari Pereira




Como no campo em solo fértil a certeza 
Que a semente espalhada é celeiro farto 
Dentro do tempo, comande a mãe natureza
A chuva regue, o sol aqueça e que faça vento

E com clima propicio o trigal cresce
Como um tapete verde cobrindo a terra 
Vigoroso mesmo no frio floresce
Fecha o ciclo e a colheita espera 

E de dourado com sol reflete ouro
Com cachos pesados declinas ao vento
Desponta a fartura nas mesas, pelo celeiro
Esperança, Fé e Pão, é contentamento

Na parábola “trigo e o joio” representa o bem
Na multiplicação dos pães, na biblia escrito 
Pintados por Millet, Van Gogh, e outros também 
E na última ceia, consagrado corpo de Cristo

Como no campo o trigal tem o intento
Em nossa existencia temos a missão
Fazer o bem, ser da alma o alimento
Amar todos em Cristo, como irmão

Delci Elena Dez. 2012

Te Vejo menos Te Sinto Mais (Delci Elena Corbari Pereira)



Delci Elena Corbari Pereira






Vem, pode me seguir sem medo
Já no caminho a felicidade entoa
Ela é sempre plena e sem segredo 
Não espere nada, pois o tempo voa

Mesmo que não seja o alvorecer da vida 
E que por menos, cansamos mais
No bosque florido a sesta merecida
Sentindo a natureza, ouvindo os pardais

Andemos com o tempo, e no somar dos anos 
Enxergando menos, mas nos querendo mais
Juntinhos, de olhos fechados vendo o bosque
Curtindo a saudade, pois viver, nunca é demais.

Delci Elena - Dez. 2012

Trigo (Aníbal Bastos)




Aníbal Bastos





Trigais de espigas douradas
Vestidas de louro grão,
Pelo seu peso vergadas
Em forma de servidão,
Sabendo ser consagradas
Depois da ceifa e malhadas,
Quando o grão for triturado
Por entre as mós do moinho
É em farinha tornado.
E no final do seu caminho
Irá transformar-se em pão,
Deixando ficar para trás
Os beijos que recebia,
Quer da brisa da manhã,
Quer do Sol do meio-dia,
Quando em prado verdejante
Serenamente crescia.
E da semente guardada
Lançada à terra outro dia,
Do grão a espiga doirada
Mais uma vez renascia,
Na sua sina constante
De alimentar toda a gente
Fosse boa fosse má…
Ao trigo era indiferente.

A. Bastos (Júnior)

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