Aníbal Bastos
O meu espelho,
Amigo velho
Que eu tenho há muitos anos!
Franco, sincero,
Porém severo
Que não me admite enganos!
Até parece,
Que conhece,
Os meus reais sentimentos!
E triste chora,
A cada hora,
Quando ouve os meus lamentos!
Não me acusa,
Mas se recusa,
A desmentir o que sinto!
E desta forma,
Tenho por norma:
Ao meu espelho nunca minto!
Lugar onde a face,
Alegre renasce,
Ao viver um amor ardente!
Onde ele mostra,
Como se gosta,
Quando se ama profundamente!
E neste vidro,
Sou reflectido,
Sem enfeites de paisagem!
Ser ter complexo,
Sou o reflexo,
Da minha simples imagem!
A. Bastos (Júnior)