PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

domingo, 18 de março de 2012

Verdades




Lúcinha Santos






Preciso de ar
de sol, vento na cara
Preciso e asas que me levem aos minhas mais altos
desejos
Preciso de carinho, de beijo
e desejo
Preciso de adrenalina, de
ação, de tesão
De amigos, de amores
De risos soltos, casa cheia
De familia, de meus filhos
Preciso de correria ou calmaria
ler um livro, pular corda
brincar de roda
Oque eu não preciso, de jeito nenhum
é de solidão
de tristeza
De monotonia, comida fria
De gente morna e sem sal
De hipocrisia e baixo astral
Sou de carne e osso e com
muitos defeitos
Mas sou assim mesmo
desse jeito
Então agradar a todos não não é perfeito
Fico assim feliz por ser desse meu jeito
.................... lú

Te Procurei



Angela Mendes




Esses dias...
me perdi de mim.
Te procurei...
na solidão dos meus momentos
e te encontrei como essência de vida.
Esses dias...
me perdi de você,
porque não pude estar perto.
Procurei... 
na beleza dos meus sentimentos
vestígios da sua presença.
Te encontrei... 
como chama incessante
a aquecer o meu coração. 
Você é a doce saudade trazida pela brisa, 
que toca o meu rosto ao amanhecer.
É a canção harmoniosa, 
que embala as minhas noites.
Te procurei... 
no mais delicioso perfume.
Te descobri...
como suave fragrância que envolve o ar, 
que chega até a minha emoção
fazendo nascer a inspiração que preciso, 
para transformar sonhos, 
em lindos poemas de amor.

-Lenilce Azevedo-

Se me perguntarem


Angela Mendes




‎"Se me perguntarem como estou, eis a resposta:
Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias.
Esvaziei a mala, ...olhei no fundo dela, limpei, e estou indo… preenche-la com coisas novas.
Sensações novas, situações novas, pessoas novas.
Tudo novo."

 - Caio Fernando Abreu

Crianças




Lúcinha Santos






A liberdade do seu olhar, limpa o coração
Sua fragilidade imobiliza as durezas
Sua confiança é verdadeira
É dependente sempre

Ensina a amar
Necessitando do nosso amor
Não existe hora nem momento
Sorrir e nos faz sorrir

Requer cuidados
Exige atenção
Anseia diversas vezes
Por carinho e afago

Não se importam com a estética
Não enxergam nossas falhas
Exigem sempre
O nosso ser verdadeiro

São livres na consciência
Dependentes na existência
Verdadeiros no agir

São felizes com coisas simples
Não ligam para as crises

SALETE - Prosas do Tema = Política


Maria Salete Ariozi



Caíram, cassados, caçados
Aqueles que se recusaram
A compartilhar sua caça
Com a impiedosa alcatéia.

Ficamos, ovelhas, pasmados
Diante da grande e vil tenda
As casas e pratos virados:
Retrato da nossa esperança?

Com tantas vovós, chapéuzinhos,
Somente prosperam os lobos,
Que delas se fartam e arrotam
Projetos de lei infundados,

Palavras vazias, mentiras
De peitos vazios, ausentes
De todo amor ou justiça;
Somente ganância e preguiça.

E o povo nem mesmo percebe
Que é ele mesmo a massa,
O molho, até a muzzarela,
Da pizza gigante e indigesta;

E ficam aqui os porquinhos,
Tentando erguer suas casas
Que os lobos assopram e derrubam
Se rindo do nosso esforço;

E o circo montado graceja,
Também arrogante contesta
O fim desse conto de fadas,
Pois final feliz não se espera;

Somente um povo comido,
Cuspido, pisado, sofrido;
Um povo à mercê do perigo
Daqueles que o representam.

E qual é a lição de moral?
Que o ser humano não presta,
Que o povo não se interessa
No bem de si mesmo ou do outro;

Não é tão estranho esse conto,
Pois que ao final dessa história,
Na nossa vergonha inglória,
Levamos o que merecemos.

Fala Sério: Poesias Políticas

Todo Dia é...


Angela Mendes





Todo dia é um novo dia
Tem um novo ser
Tem um novo ver
Tem novas vontades
e antigas amizades

Todo dia tem um novo jeito
Tem um grito no peito
Tem um rio no leito
Tem um antigo moinho
e águas que não vão voltar

Todo dia tem um ar de esperança
Tem gente que se levanta
Tem gente que canta
Tem quem fique
e não deixa a vida acabar

Todo dia pode ser diferente
Tem um mesmo sol
Tem um outro perceber
Tem um mesmo caminho
e o andar de um novo ser

Todo dia é dia de começar outra vez
Tem um mesmo lugar
Tem um outro fazer
Tem antigos personagens
e novas histórias a contar.

Pablo Massolar

Sobre a Atual Vergonha do Povo Brasileiro


Carmen Alice Ribeiro

(Affonso Romano de Sant’Anna)


Que vergonha, meu Deus! ser brasileiro
e estar crucificado num cruzeiro
erguido num monte de corrupção.
Antes nos matavam de porrada e choque
nas celas da subversão. Agora
nos matam de vergonha e fome
exibindo estatísticas na mão.
Estão zombando de mim. Não acredito.
Debocham a viva voz e por escrito
É abrir jornal, lá vem desgosto.
Cada notícia é um vídeo-tapa no rosto.
Cada vez é mais difícil ser brasileiro.
Cada vez é mais difícil ser cavalo
desse Exu perverso
nesse desgoverno terreiro.
Nunca vi tamanho abuso.
Estou confuso, obtuso,
com a razão em parafuso:
a honestidade saiu de moda
a honra caiu de uso.
De hora em hora a coisa piora:
arruinado o passado,
comprometido o presente,
vai-se o futuro à penhora.
Valei-me Santo Cabral
nessa avessa calmaria
em forma de recessão
e na tempestade da fome
ensinai-me a navegação.
Este é o país do diz e do desdiz,
onde o dito é desmentido
no mesmo instante em que é dito.
Não há lingüista e erudito
que apure o sentido inscrito
nesse discurso invertido.
Aqui o discurso se trunca:
o sim é não. O não, talvez.
O talvez, nunca.
Eis o sinal dos tempos
este o país produtor
que tanto mais produz
tanto mais é devedor.
Um país exportador
que quando mais exporta
mais importante se torna
como país mau pagador.
E, no entanto, há quem julgue
que somos um bloco alegre
do ‘‘Comigo Ninguém Pode’’
quando somos um país de cornos mansos
cuja história vai dar bode.
Dar bode, já que nunca deu bolo,
tão prometido pros pobres
em meio a festas e alarde
onde quem partiu, repartiu
ficou com a maior parte
deixando pobre o Brasil.
Eis uma situação
totalmente pervertida
- uma nação que é rica
consegue ficar falida,
o ouro brota em nosso peito,
mas mendigamos com a mão,
uma nação encarcerada
que doa a chave ao carcereiro
para ficar na prisão.
Cada povo tem o governo que merece?
Ou cada povo
tem os ladrões a que enriquece?
Cada povo tem os ricos que o enobrecem?
Ou cada povo tem os pulhas
que o empobrecem?
O fato é que cada vez mais
mais se entristece esse povo num rosário
de contas e promessas num sobe e desce de prantos e preces.
C’est n’est pas um pays sérieux!
já dizia o general.
O que somos afinal?
Um país-pererê? folclórico? tropical?
misturando morte e carnaval?
Um povo de degradados?
Filhos de degredados
largados no litoral?
Um povo-macunaíma
sem caráter-nacional?
Por que só nos contos de fada
os pobres fracos vencem os ricos nobres?
Por que os ricos dos países pobres
são pobres perto dos ricos
dos países ricos? Por que
os pobres ricos dos países pobres
não se aliam aos pobres dos países pobres
para enfrentar os ricos dos países ricos,
cada vez mais ricos, mesmo
quando investem nos países pobres?
Espelho, espelho meu!
há um país mais perdido que o meu?
Espelho, espelho meu!
há um governo mais omisso que o meu?
Espelho, espelho meu!
há um povo mais passivo que o meu?
E o espelho respondeu
algo que se perdeu
entre o inferno que padeço
e o desencanto do céu.

Meu caminho


Carmen Alice Ribeiro




‎"Meu caminho junta-se ao caminho de todos. E em seguida vejo que desde 
o sul da solidão fui para o norte que é o povo, o povo ao qual minha humilde 
poesia quisera servir de espada e de lenço para secar o suor de suas grandes
dores e para dar-lhes uma arma na luta pelo pão." 
Pablo Neruda

Neruda foi um raio de luz e esperança de um povo que não devia ser 
pisado pelas botas da ditadura. O relato está no tempo presente: presente-
mais-que-passado, presente-mais-que-futuro, pois a obra de Pablo Neruda 
está presente, o povo está presente. Presente no Canto geral de um poeta 
do povo que deixa por escrito um testamento poético de luta por um porvir 
mais justo.

"E a minha voz nascerá de novo,
talvez noutro tempo sem dores,
sem os fios impuros que emendaram
negras vegetações ao meu canto,
e nas alturas arderá de novo
o meu coração ardente e estrelado."

Outra Vida


Aníbal Bastos


A 19 DE Março de 1949




Numa triste madrugada,
Duma noite de inverno,
Uma alma condenada,
Num corpo reencarnada!
Deu entrada no inferno!

Esse ser tão pequenino,
Adivinhando ao nascer,
Qual seria o seu viver,
Traçado pelo destino;
Antes preferiu morrer!

Em farrapos embrulhado,
Levaram-no ao padre-cura,
Para levar a benzedura
E poder ser enterrado,
Com direito a sepultura!

Diz o padre com bondade,
Depois de o ter benzido:
- Está o dever cumprido!
Pode morrer á vontade
Que tem o céu garantido!

Entre a vida e a morte,
Por algum tempo ficou,
Mas depois arrebitou;
Perdendo do céu o norte,
Este inferno aceitou!

Bem contra a sua vontade,
Com a revolta no peito,
Por ver chamar de perfeito,
O que era falsidade!
E à verdade um defeito!

Não aceitando o sistema,
Desta vida tão fingida;
Da mentira consentida,
Usa a espada do poema,
Para lutar por outra vida!

A. Bastos (Júnior)

SALETE - Prosas do Tema = Política


Maria Salete Ariozi
... A Agonia de um hino



Das margens do Ipiranga ainda ouço,
O Clamor de um povo heróico brasileiro,
Cujo o brado retumbante, vislumbrou o
Sol da liberdade, brilhou em raios fúlgidos,
E continua a brilhar, sem ofuscar em nossos
Corações, a esperança de uma Nação inteira.

Do povo hoje sofrido, ainda o Sol é o mesmo,
Daquele que brilhou no céu da pátria naquele instante.
Se o direito dessa igualdade, não deixou de ser
Apenas uma Utopia, conseguiremos ainda conquistar
Com braços fortes, saúde, escola, segurança,
Educação, com seu Voto certo na Mão.

Buscamos o sustento honesto,
Sim, ó Pátria Amada !
Acreditamos ainda, e tiramos do teu seio,
A liberdade de expressão, direitos de igualdade,
Sem preconceitos da Cor, raça, posição social.
Lutamos com peito aberto até a nossa própria morte.

Hoje já deixaste de ser, pelas mãos de uma minoria,
A Mãe poderosa e Gigante, digna da própria da natureza.
Que a constitui bela, em suas grandes áreas, e mares.
Espelho do futuro e da grandeza, a poucos favorecidos.
Outros ainda se acham no direito de invadi-la, agredi-la.
Passam por cima de tudo e de todos, roubam, exploram.

Aniquilam o leite de teu seio farto, sem dignidade.
Tirando o seu mais puro mel, em benefício próprio.
Alegando produção, crescimento de uma Nação.
Escondem a sua beleza, em meio à marginalidade.
Se faz da Política desse País, uma vergonha aparente,
Empobrecendo a sua grandeza existente.

Ó Terra Adorada, entre tantas és tu
Nossa Pátria Amada !
Desrespeitada, sucateada sorrateiramente.
Filhos legítimos em teu berço se acalmam.
Esperam e Buscam teu colo ó Mãe Gentil !
És tu nossa Pátria Amada.

Adormecemos intranqüilos hoje em teu berço esplendido
Ao mesmo som do mar, e à luz de céu profundo,
Sobressai ó Brasil, entre tantas da América.
Esperamos um Sol que ilumina um novo Mundo.
Hoje, tristonhos, decaídos, sem teus lindos campos
Já não mais risonhos, sem o colorido de suas flores.

Nossos Bosques, hoje quase sem vida.
Pelas mãos da ignorância, e da ganância.
Nossas vidas perecem sem amores.
Sem o atendimento a saúde, sem esperança.
Suplico-lhe Ó pátria Amada querida,
Salve ! Salve-se !

Brasil de amor eterno prometido.
A promessa tem em seu símbolo.
Ordem e Progresso
Realidade dura de ser concebida.
Ainda acredito em você querida,
Salve ! Salve-se !

Ó pátria Amada !
Não queremos só sonhar, imaginando as tuas cinzas.
Uma imagem apenas, que em futuro breve,
Mas ainda com orgulho, mostraremos o que de ti restar
Aos nossos Netos, bisnetos, tataranetos..
Falaremos, o quanto a sua glória foi esplendorosa no passado.

Sejas forte ! que seu nome clave a justiça !
Que seus filhos não continuem a fugir da luta,
Com a força do Voto certo, impediremos que outros,
Suguem suas últimas gotas de seu farto seio,
Enchendo os próprios bolsos, sem honestidade.
Defenderemos o teu Verde e seus Mares.

Não tema por aqueles que à queiram destruída.
Queiram até a sua própria Morte !
Não Permita que a destruam, sem piedade.
És forte ! Ó Pátria Amada querida,
És tu Nossa Pátria e moradia
Nosso Adorado Brasil !


((Salete))

SALETE - Prosas do Tema = Política


Maria Salete Ariozi
Democracia ameaçada




Luz da escuridão,
Paz na contra mão;
Democracia de traças,
corroendo uma nação.

Liberdade sem voz,
Igualdade desigual.

Cuba condicionada,
Gente subordinada;
Reféns de uma minoria,
Assolando a multidão.

Minoria de altar,
Multidão sem lugar.

Cidadania formal,
De direitos abstratos;
Vivendo a agonia,
Desigual democracia.

Democracia ameaçada,
Política corrupção.

Malas cheias de dinheiro,
CPI do mensalão;
Sanguessugas invisíveis,
Sugando uma nação.

Edivino Dias Matteus

CARMEN - Prosas do Tema = Política


Carmen Alice Ribeiro
C o m . . . S e q ü ê n c ia s !





Tudo Normal,
Calor na estufa,
Em dia de muito sol
Para um simples mortal
Garrafas e lixos no chão,
Ensacados em plásticos...
Num canto da vegetação.
Tempo virando,
Papeis a voar...
Vento soprando,
Garrafas a rolar,
Lixo pra lá... E pra cá
Chuvas sempre caindo... 
Caindo,assim sem parar, 
Nível das águas subindo,
Ratos fugindo,
Ralos entupindo,
Em mundos alagados,
Com tudo a boiar ...
Nós isolados...
Debaixo da marquise,
Vendo tudo passar...
Como nova reprise,
Da dor... Que não quer se calar. 
Conseqüências do calor 
Ou de atos errados . ..
Desmatamentos...
E outros tormentos
Que nos deixam ilhados...
Observando...Tudo a boiar,
Nas aguas das enxurradas...
Que arrastam barracos...
E deixam nos olhos... As Lagrimas,
Vendo o mundo molhado... A chorar. 

Enseco ( Eng Sergio Couto)

FÁTIMA - Prosas do Tema = Política


Fátima Custódio
(E porque é a política que faz o mundo cão)

Mundo cão

Mundo sujo,
Depravado,
Corrupto…
Como se as flores 
Já não fossem autorizadas,
E todos os livros,
Rasgados,
Queimados
E o vento levasse
Todas as cinzas
Para os rios quentes
Do sul…

Mundo sujo,
Desvairado,
Hipócrita,
Onde o vilão é o homem,
Como se os meninos
Já não pudessem 
Brincar na rua
Nem jogar á bola!

Mundo demente,
Frenético,
Agindo
Como se não precisasse
De amor…

Nunca o mundo
Foi mundo
Sem amor…

Se um dia mudar de nome
E me chamar de justiça
Lavarei as minhas mãos
E com elas,
Matar-te-ei mundo cão! 

Fátima Custódio

SALETE - Prosas do Tema = Política


Maria Salete Ariozi



Fala sério, me fazendo de palhaço
Fazendo estardalhaço
De onde vem o dinheiro do mensalão?
Olha a nuvem de fumaça desviando a atenção
Tem culpa eu, seu delegado?
Tem culpa eu?
Tem culpa eu, seu deputado?
Tem culpa eu?
Tem culpa eu, seu senador?
Tem culpa eu?
Tem culpa eu, presidente?
Por favor!
Por que divulgar uma conversa sem valor?
Por quê?
Pra tentar calar a voz do pensador?
Por quê?
Pra tentar pegar uma capa de revista?
Por quê?
Pra dizer que a culpa é toda dos artistas?
Por quê?
Ah não, artista não. É maconheiro!
Sustenta o traficante que sustenta o mundo inteiro
Se eu fosse um maconheiro que comprasse um camarão,
Será que o meu dinheiro ia parar no mensalão?
Não sei, só sei que eu não preciso dizer nada
Se eu fumo, se eu bebo... tremenda palhaçada!
Falei sobre a maconha há mais de 6 anos atrás
Compra o disco, delegado, toca o Cachimbo da Paz
Ou então pode comprar o CD pirata
Tem sempre alí na esquina, pode ser mais vantajoso,
Mas cuidado pra não ser pego em flagrante
Posar de vagabundo sustentando criminoso.
Todos nós sustentamos criminosos,
Eu confesso que sustento,
Sustento, mas não gosto.
Mas não é nada disso que você tá pensando
Eu tô falando dos bandidos que recebem meus impostos.
Alimentam, se alimentam da miséria,
Mas quem vai na favela é o craque ou o artista
A foto do corrupto já deu muita matéria
A foto do famoso vende muito mais revista.
É...político no crime já não é mais novidade
Prefiro uma fofoca diferente
Mesmo se não for crime de verdade,
Mas é celebridade. Diz que é crime pra ficar mais atraente,
Mas quem é que alimenta a miséria que oprime
E empurra o favelado pro lado do crime?
Alguns vão ser cantores, alguns vão jogar bola,
Mas muitos sem escola acabam na pistola.
Morrendo, matando, o mundo se acabando
E tanta gente de braços cruzados.
Parece que ta tudo combinado
O que eu sei vocês já sabem
Espero que eu tenha colaborado.

Fala Sério- Letra Música de:
Gabriel O Pensador

CARMEN - Prosas do Tema = Política


Carmen Alice Ribeiro
POLÍTICA AMBIENTAL mais rigorosa JÁ!
O Meio Ambiente... Agradece.




Há de se mudar ...
Alguns de nossos Hábitos ,
Ecologicamente ... Errados,
Que deixam tanto a desejar.

Há de se cuidar ...
De toda beleza natural ,
Que ainda possa nos restar .
Como pura poesia... Ambiental.

Há de se preservar... Água potável.
Mananciais, Rios , lagos e Canais. 
Corpos Hídricos que estão a secar.

E espécies de belos animais ...
Já sem alimentos e habitat,
Que em breve, vão se acabar.

Há de se recuperar ...
O que existia de lindo ,
E hoje... Está tão poluído,
Sendo insuportável cheirar.

Não dá para acreditar ...
Mesmo ao mais simples olhar,
O quanto o homem pode degradar.

Há de não se permitir ...
Tanto descaso ainda por vir ,
Os quais, alguns já estão por aí,
Nos nossos patrimônios naturais.

O que nos torna os piores animais...
Os mais predadores e degradadores,
Já que destruímos... Tantos Habitat’s.

Enseco ( Eng Sergio Couto)

FÁTIMA - Prosas do Tema = Política


Fátima Custódio




“No momento em que acaba de conquistar o mundo e inicia a conquista do universo, o homem (individual) mesmo é supérfluo. Só contam as massas fervilhantes, gigantescas. Então porque pensar, porque refletir, agir ou reagir? Cada homem sendo substituível, e além do mais inútil, busquemos o homem insubstituível e necessário, e deixemos a ele a tarefa de pensar e agir em nosso lugar”. (H. Lefèbvre, La Somme et le Reste)

Deixemos a ele a tarefa de pensar e agir em nosso lugar. O final do trecho da reflexão de Henri Lefèbvre, filósofo marxista e sociólogo francês, exprime fielmente a atitude inerte dessa sociedade. Considera-se inertes, meus caros colegas, aqueles que insistem em dizer simplesmente: “Não discuto política”; “Não gosto”. E pior: “As pessoas que discutem sobre isso são chatas. Estragam a minha noite e a minha balada.

Quem imagina não estar inserido na chamada “participação política” está enganado. Primeiramente, pelo fato de que “votam” – entre aspas, e acho propício explicar o porquê: a escolha do voto no Brasil é pior do que escolher um produto novo no mercado: “Ah, esse eu não conheço. Mas não custa experimentar, né?”.

Não os culpo. Nem a mim, claro, que ainda não sei bem como melhorar minhas atitudes. Não tivemos política na escola. Muito menos na universidade. Nossos pais, se nos ensinam algo é sob um ponto de vista totalmente parcial. Não fomos treinados a isso. Se você é uma exceção, eu o(a) invejo.

Neste momento, somos praticamente eu e você, caro leitor, pois imagino que você é um dos poucos que chegou nessas linhas que agora se desenvolvem.

E o mais triste é saber que pouco tenho a lhe dizer, considerando que ainda me faltam faculdades teóricas para compreender a política que nos cerca. Mas, continuo insistindo nessa tentativa – por enquanto frustrada – de ser menos egoísta. Justamente, por que acredito que fazer e entender política é, na verdade, se preocupar com o próximo.

Sim, porque nos tempos atuais são dois grupos que se interessam por política: aqueles que querem dominar e aqueles que não estão satisfeitos com a sociedade. Se você não é nenhum deles, fique “feliz”! Pelo menos você não é massacrado pela opinião pública. E ainda pode fingir que é uma boa pessoa. Afinal, você “não é” corrupto.

Infelizmente, – e os políticos honestos que me desculpem, pois tento acreditar que eles possam existir – somos comandados por falsos sábios oportunistas. Platão deve se revirar no túmulo, logo ele, que não acreditava na democracia e julgava que nossa sociedade deveria ser comandada por sábios. Mas não existem sábios no capitalismo. Marx bem sabe. Existem espertos – aqueles que estão favoráveis a sua, a minha, a toda e qualquer alienação.

Mas, eu não sou ninguém. Só mais um ser humano substituível, como diria Lefèbvre. Um homem que pouco antes de sua morte declarou: “Devo continuar o meu combate pela teoria? Por vezes, pergunto-me se perdi o meu tempo”.

Sorte dele não estar aqui para ver. Azar nosso.

(Henry Lefebvre, filósofo marxista e sociológo frances)

ANIBAL - Prosas do Tema = Política





Aníbal Bastos





Milenar ciência estudada,
Para servir de lema à sociedade,
No progresso comum e liberdade,
Por sábios filósofos ensaiada!

Nas polis – do povo grego – praticada
Na ética: gerar felicidade,
Para servir os povos com verdade
E, ser pelos governos aplicada!

Da forma que está sendo exercida,
- Fêmea que todo macho aceita -
É por porca e suja conhecida!

Fama que nobre dama não merecia,
Ela, por natureza é perfeita!
Sujo! É quem a suja dia a dia!

A. Bastos (Júnior)

O Livro dos Amantes


Fernando Martinho






O Livro dos Amantes

I

Glorifiquei-te no eterno.
Eterno dentro de mim
fora de mim perecível.
Para que desses um sentido
a uma sede indefinível.

Para que desses um nome
à exactidão do instante
do fruto que cai na terra
sempre perpendicular
à humidade onde fica.

E o que acontece durante
na rapidez da descida
é a explicação da vida.

II

Harmonioso vulto que em mim se dilui.
Tu és o poema
e és a origem donde ele flui.
Intuito de ter. Intuito de amor
não compreendido.
Fica assim amor. Fica assim intuito.
Prometido.

III

Príncipe secreto da aventura
em meus olhos um dia começada e finita.
Onda de amargura numa água tranquila.
Flor insegura enlaçada no vento que a suporta.
Pássaro esquivo em meus ombros de aragem
reacendendo em cadência e em passagem
a lua que trazia e que apagou.

IV

Dá-me a tua mão por cima das horas.
Quero-te conciso.
Adão depois do paraíso
errando mais nítido à distância
onde te exalto porque te demoras.

V

Toma o meu corpo transparente
no que ultrapassa tua exigência taciturna
Dou-me arrepiando em tua face
uma aragem nocturna.

Vem contemplar nos meus olhos de vidente
a morte que procuras
nos braços que te possuem para além de ter-te.

Toma-me nesta pureza com ângulos de tragédia.
Fica naquele gosto a sangue
que tem por vezes a boca da inocência.

VI

Aumentámos a vida com palavras
água a correr num fundo tão vazio.
As vidas são histórias aumentadas.
Há que ser rio.

Passámos tanta vez naquela estrada
talvez a curva onde se ilude o mundo.
O amor é ser-se dono e não ter nada.
Mas pede tudo.

VII

Tu pedes-me a noção de ser concreta
num sorriso num gesto no que abstrai
a minha exactidão em estar repleta
do que mais fica quando de mim vai.

Tu pedes-me uma parcela de certeza
um desmentido do meu ser virtual
livre no resultado de pureza
da soma do meu bem e do meu mal.

Deixa-me assim ficar. E tu comigo
sem tempo na viagem de entender
o que persigo quando te persigo.

Deixa-me assim ficar no que consente
a minha alma no gosto de reter-te
essencial. Onde quer que te invente.

VIII

Eis-me sem explicações
crucificada em amor:
a boca o fruto e o sabor.

IX

Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.

Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.

Natália Correia, in "Poemas (1955)"

CARMEN - Prosas do Tema = Política


Carmen Alice Ribeiro
Que eleitor é você?

No momento de eleição
Há uns tipos de eleitores
Sem nenhuma consciência
Sem decência, sem pudores
Que escolhem os candidatos
Por dinheiro ou por favores.

Por isso, meu caro amigo
Em tempo de eleição
Procure sempre votar
Com amor e com razão
Escolhendo os candidatos
Que trabalham pro povão.

Maria-vai-com-as-outras
É um tipo de eleitor
Que só vota em candidatos
Que não têm nenhum valor
Pois não tendo opinião
Sempre elege o opressor.

Como o próprio nome diz
Ele segue os amigos
O pai, a mãe, o irmão
É eleitor indeciso
Que só vota pelos outros
E não tem nenhum prestígio.

Há o eleitor tatu
Com a cabeça num buraco
Que é a sua vidinha
Não quer mais saber de papo
Não quer saber da política
Nem também do candidato.

Esse tipo de eleitor
Só elege “picareta”
Ou seja, aquele político
Que do povo se aproveita
E de quatro em quatro anos
Vem fazer sua “colheita”.

Há o eleitor formiga
Que se deixa seduzir
Por um aperto de mão
Um dólar ou coisa assim
Não tem personalidade
Sempre escolhe o ruim.

Esse tipo de eleitor
É um tremendo idiota
Elege seus candidatos
Depois vem sua revolta
Aí já é muito tarde
Não tem jeito, não tem volta.

Há o eleitor coruja
Que tá sempre pendurado
Em uma pessoa amiga
Sempre o mesmo candidato
Vota sem convicção
Sua escolha virou hábito.

Sem perguntar o que fez
Nem tão pouco o que ele faz
O eleitor que é coruja
É idiota demais
Vota sempre em políticos
Que pro povo nada faz.

O eleitor papagaio
É aquele que repete
O que ele ouviu no rádio
Na TV, mas não confere
O que fez seu candidato
Por isso logo se esquece.

É um tipo de eleitor
Que sempre cai na conversa
De políticos trambiqueiros
E se ilude com promessas
Não tem opinião própria
Por isso sempre se ferra.

O eleitor cascavel
É aquele que tem raiva
Dos políticos e da política
Não entendo de nada
Xinga todos de ladrão
Mas faz votação errada.

Esse tipo de eleitor
É bravo, mas sem razão
Vota sempre obscuro
Na sorte, na escuridão
Escolhendo os políticos
Que vivem de enganação.

Eleitor piranha é
Aquele que vota em branco
Ou então anula o voto
Pra provar seu desencanto
Com raiva ou indiferença
Sempre entra pelo cano.

É um tipo de eleitor
Que sempre destrói seu voto
Não pensa no coletivo
Muito menos no seu próximo
Ajudando os corruptos
A manter os seus “negócios”. 

Há um tipo de eleitor
Chamado eleitor galinha
Que só vota nos famosos
Acha que está na linha
Elege os que prometem
Mas que não fazem nadinha.

Para esses eleitores
É só prometer o “milho”
Que eles logo vão votando
Como um trem sobre os trilhos
Escolhendo candidatos
Sem valor, caráter, brilho.

O Eleitor Cidadão
Vota com toda decência
Procura se informar
Com bastante inteligência
Se os candidatos escolhidos
Têm honra e experiência.

Procura se informar
Também sobre seu passado
O respeito e o compromisso
Daquele seu candidato
Para quando for eleito
Exercer um bom mandato.

O eleitor cidadão
Pensa em coletividade
Sabe bem que o seu voto
É a arma da verdade
Para mudar o Brasil
E toda humanidade. 

Por isso, meu bom amigo
Não vote em candidatos
Presos à corrupção
Que foram investigados
Pelo tribunal de contas
Da união ou do estado.

Não vote também naqueles
Que já foram acusados
Por desvio de dinheiro
Ou então foram cassados
Nem tão pouco em candidatos
Que tenham renunciado.

Procure sempre votar
Em candidatos honestos
Que lutam pelo eleitor
E que dele está bem perto
Defendendo suas causas
Seus direitos, seu sucesso.

Carlos Soares

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