PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pantera negra



Lucinha Santos





E lá vem ela a espreita
com seu pelo brilhante
negra como a noite
com olhos penetrantes
a espera de um deslize
pra soltar as suas garras
no primeiro desavisado errante
Pantera negra
de olhar cheio de mistério
Me encanta te olhar
mas me dá um certo pavor
não sei se deveria 
mas gostaria muito de te alisar
Pantera negra me passa essa força
e esse poder
que majestosa passa e faz com que todos
se curvem a sua graça.

Lucinha ♥

Ararinha Azul




Fatima Pessoa




Em tuas asas quero voar,
seguir caminhos bonitos,
ver o sol de perto,
ficar de braços abertos,
ir de norte a sul.


Me leva em suas lindas penas,
e no ar... só nós dois apenas,
minha doce Ararinha Azul.
Mário Pires

Eu Mesmo




Orlando Costa Filho




O eu-eu olhou para eu-ele
O eu-ele nem desconfiou
O eu-ele foi somente ele
E o eu-eu por ele se encantou.

O eu-eu viu então que eu-ele
Se policiava, se continha
Enquanto o eu-ele sendo ele,
Era somente uma andorinha,

Fazendo verão para eu-nós
O eu-eu e o eu-ele então
Sendo eu-único, só uma voz
Um só poema, um só coração,

O eu-eu e o eu-ele, em paz
Fizeram eu-único eu mesmo
Condição que me faz capaz
Distribuir-me em versos a esmo.

ocf

Palavras que brilham




Jorge Morais



palavras que brilham
no ar deixadas
às paginas presas
ás folhas arrancadas
letras de sonho
frases malditas
que ferem magoam
sem deixarem
de serem ditas
conjunto de letras
que formam vocábulo
que causam maculo
acusam perdoam
amam odeiam
invocam deuses
conspurcam diabos
classificam perfeitos
e mal educados

jorge morais

Inrencionais











Aníbal Bastos






A viver morrendo aos poucos,
Andamos desde que nascemos!
Mas dominados por loucos…
Só andamos, porque queremos!

Andar de cabeça erguida,
É dever de toda a gente!
Dar a guerra por perdida
Sem lutar, é inconsciente!

Fazer de surdo e cego
E outras tantas de mudo,
Não vira o bico ao prego,
Mas torna-o mais bicudo!

Quem na vida anda à procura,
Da sorte de mão beijada!
Encontrará com fartura,
Muitas mãos cheias de nada!

Quem colhe e não semeia,
A não ser miséria e fome,
Mantém-se da dor alheia
E, de humano só tem nome!

Aquele que dá sempre razão,
A quem julga superior,
Para vingar a humilhação,
Pisa o seu inferior!

A rastejar como as cobras,
Anda quem não se convence
Que apenas recebe as sobras,
Daquilo que lhes pertence!

Quadras intencionais,
Nascidas de desenganos,
Por haver irracionais,
Chamados seres humanos!

A. Bastos (Júnior)

No oco do tronco





Keyla Cantinho Goiano





No oco do tronco
Na sombra da mata
Camoatim de mel silvestre
Não sou urso imune aos ferrões
Sou poeta dividido
Entre o castigo
e a fome


Marcelo Soriano (M.M.Soriano)

O Tigre



Angela Mendes




Tigre, tigre que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?

Em que longínquo abismo, em que remotos céus
Ardeu o fogo de teus olhos ?
Sobre que asas se atreveu a ascender ?
Que mão teve a ousadia de capturá-lo ?
Que espada, que astúcia foi capaz de urdir
As fibras do teu coração ?

E quando teu coração começou a bater,
Que mão, que espantosos pés
Puderam arrancar-te da profunda caverna,
Para trazer-te aqui ?
Que martelo te forjou ? Que cadeia ?
Que bigorna te bateu ? Que poderosa mordaça
Pôde conter teus pavorosos terrores ?

Quando os astros lançaram os seus dardos,
E regaram de lágrimas os céus,
Sorriu Ele ao ver sua criação ?
Quem deu vida ao cordeiro também te criou ?

Tigre, tigre, que flamejas
Nas florestas da noite.
Que mão, que olho imortal
Se atreveu a plasmar tua terrível simetria ?

(Título Original: "The Tiger")
William Blake
Tradução de Ângelo Monteiro

Sou mulher



Mô Schnepfleitner




Sou mulher, normal
Temperamental
Nem Fiona, nem sereia
As vezes, mulher e meia!
outras, menina carente
Mãe leoa,mulher loba
as vezes boba;
tenho a alma transparente

Muitas vezes sou dura
visto armadura de ferro
grito, berro
pra esconder minha fragilidade

Sou mulher teimosa,
às vezes caprichosa
dona das minhas verdades
desprovida de vaidades


Sou mulher,amante,amiga
por amor compro uma briga
Esfacelo-me, desfaço-me
em mil pedaços
E me recomponho em laços

Sou mulher à moda antiga
que espera um convite pra sair
que chora nos filmes de amor
ou quando recebe uma flor

Sou apenas uma mulher
intensa, extensa
as vezes leve, as vezes densa
sem perder a essência
de ser
simplesmente
mulher...

Menina do Rio®

ANGELA MENDES - Tema - Contos e Fada (GATA BORRALHEIRA)



Angela Mendes

Gata Borralheira



De gata borralheira
à princesa, ela sonhava!
Buscava seu príncipe
e por ele suspirava!
Como por encanto
um dia ele apareceu!
Sem carruagem
nem sapatinho de cristal,
sem castelo ou tesouros,
num mundo bem real
foram ser felizes...
O "Era uma vez..."
assim se fez!!!

(Ângela Mendes, 30/07/2012)

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