Orlando Costa Filho
O eu-eu olhou para eu-ele
O eu-ele nem desconfiou
O eu-ele foi somente ele
E o eu-eu por ele se encantou.
O eu-eu viu então que eu-ele
Se policiava, se continha
Enquanto o eu-ele sendo ele,
Era somente uma andorinha,
Fazendo verão para eu-nós
O eu-eu e o eu-ele então
Sendo eu-único, só uma voz
Um só poema, um só coração,
O eu-eu e o eu-ele, em paz
Fizeram eu-único eu mesmo
Condição que me faz capaz
Distribuir-me em versos a esmo.
ocf
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