PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Imagens sobrepostas





Jorge Morais





imagens sobrepostas
pensamentos em sintonia
ausências notadas
expressões reprimidas
tristeza patente
da saudade presente
no afastamento de um dia
que tempos passaram
e os olhos não se cruzem
a distancia tapa
a visão que procura
o aperto no peito
continua
o amor vivido
por demais reprimido
numa partida
há muito anunciada
que para longe se demanda
o que na terra negada
tenta-se a conquista
que na ilha
não se vencera
e se partiu em troca
de nada


jorge morais




MESSIAS APARECIDO - Tema - Libertação (LIBERDADE SUBJETIVA)


Messias Aparecido da Silva
LIBERDADE SUBJETIVA



Se estou preso por grilões
minha mente é livre,
para quebra-los com intuições
e deixar de ser cativo;

A nossa liberdade está latente
em nós,dada pelo ser universal,
podemos viajar em pensamentos
a conhecer o espaço sideral;

Se nossa matéria é presa
ao egoísmo do conforto,
nossa alma sairá ilesa
quando o desapego nos livrar do corpo;

Na 2ª guerra um judeu,
um médico psiquiatra
torturado,com outros,sofreu,
sua mente livre;o livro retrata...:

...¨carregou corpos
muitos queimados,cinzas espalhadas...
pensou até em sua morte...
mas a mente estava em liberdade;

...sonhava,novamente,lecionar...
ali preso,cativo,
a mente livre à pensar,
até podia ser livre¨...

Victor Frankl desenvolveu
sua liberdade pessoal,
ele,como judeu
prisioneiro em matéria;livre no espiritual;

Atívo,por você,o meu carinho
com minha simpatia cativa,
fazendo prisioneira a sua noção todinha,
pois aprendi,com Frankl,a lei da mente proativa...

Transcendência


Angela Mendes

- Poema inspirado na obra 'Starry Night', de Vincent Van Gogh



Arte! A corda vibra distinta - reverbera sensações
[O íntimo repercute os sonhos - expande em ondas]
- sentidos percepções idéias noções ritmos. Paixão!

O âmago - em tantas luminosidades ardem as fibras
do sêr - da obra libera, que em quês não há porquês
razões motivos causas efeitos, tais que não há jeito.

Nume, deidade, transcendência! Centelhas de divindade.
Certezas? Não há! Conceito, Insaciedade, absorvência,
ocultos no revelar; quê anelam, do que feitos?

Sente-se na alma assemblear belezas, sofrimentos
[cores formas tons sons ventos verbos - brisas da memória;
prantos cantos vates musas gênios - elementos, inspirações]

Onde vagar? Por almas vagas, vagas do mar a envergar têmperas;
De vagar vagam por eiras, em vágados vagalhões, devagar, loucuras
vergam, vergalham, a enterrar transmutação - impor divagações.

Minúcia em cada vereda: digressão aleatória - induz conduz
aponta - lida sutil em alteração de sentido, desvenda o véu de
quintessências extraídas da alma; essências subtraídas à vida.

Forma luzidia. Guerra por paz. Ninfa que seduz.
Força, cor; ternura, alma; angústia, treva. E céu.
E sombras. O medo. A luz. A paz por guerra. O suicida.

Poeiras de sentimentos escorrem por vazios do conhecer.
Brota - no clarão do sentir - algo entre corpos nus e amargos sonhos;
risonhos dias e temor da luz; o amar do escuro e pavor da Terra.

Poema de
Geraldo Facó Vidigal

Aninha e suas pedras


Angela Mendes




Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

( Cora Coralina)

Não fosse o tempo




Jorge Morais



não fosse o tempo
invernal
te gastar
numa redoma te coloquei
qual figura santa
das intempéries
resguardo-te
não vá a chuva
estragar tua beleza
nem o sol
queimar tua pele
ou o vento despentear
teus cabelos
guardo-te num
vidro fechado
a prova de olhares
alheios
de figuras maquiavélicas
que te queiram
roubar da minha companhia
do meu peito
altar farei
para que nele te possa
posar
e assim arrecadada
ficarás
só para mim


jorge morais

Havia uma palavra




Mô Schnepfleitner




Havia

uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.



 Martelava no escuro.
Martelava
no chão da água.



Do fundo do tempo,
martelava.
Contra o muro.



Uma palavra.
No escuro.
Que me chamava.

Eugénio de Andrade

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