Orlando Costa Filho
Um buraco negro devorou uma estrela,
vi na internet. Um buraco impaciente
que nem sequer saboreou
o acepipe de luz..
O vulcão eclode sem pedir licença
e lá vêm flatulações e diarreias planetárias:
magmas e gases são expelidos dos intestinos da Terra,
devastam lavouras tão pacientemente construídas
e afugentam populações vizinhas...
As asas dos beija-flores ficam histéricas,
e os néctares, sem escolha, satisfazem
o apetite de seus bicos.
Da mesma forma o poeta nem sempre
se expressa com doçura e não raro está
disposto a por o dele na reta.
Mas atenção, feito uma agulha,
às vezes espeta.
Uma agulha especial
porque nunca leva no rabo.
Quando tentam algo assim,
imediata e impacientemente
perde a linha.
Despotismo e poesia não combinam!
Pela santa paciência...
ocf
27/08/2011