PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA




Clarice Maria Relozi




Caminho por entre ruas e vejo apenas a escuridão,
me sinto perdido, aflito, a luz que eu tinha de seguir 
os passos certos se apagou quando você partiu 
e me encontro aqui, nessa solidão.

Dias e noites passam com a mesma semelhança, 
preciso ter a esperança de ter aqui novamente,
olhar para seu rosto inocente,
que disperdicei por ser tão petulente.

Petulância minha, fico eu nessa noite fria
a esperar por um dia, que talvez não volte.
reconheço meus erros, vejo neles meu defeitos
vejo todo o desapego que eu tive, com quem um dia me amaria verdadeiramente

O que posso mais querer na vida.. fico eu com essa ferida no meu peito
que aumenta a cada momento, ao rever em minha mente o que fazia.
Sofro calado, com meu peito apertado,
peito esse que abriga um coração vazio,
a espera de um resposta.

Não tenho mais forças, te pertenço todo,
preciso sair dessa solidão, e só com o seu perdão
trarei nesse rosto que só se vê lágrimas, o sorriso mais sincero,
que nunca dei a quem mais merecia.

Jessica Relozi Antonio

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA




Ereni Wink




Chegou à tardinha e entrou...
Sem pedir licença no meu coração 
Antes mesmo q eu perceba ocupou um lugar de destaque em minha vida
minhalma antes tão vibrante ficou sem esperança.

E os dias. ? onde foi minha alegria.? ou era tudo fantasia?
Não ...eu era feliz e não sabia....
Agora vejo meu sol sem brilho
Minha lua sem....prata 
E as estrelas ...quase opacas.


O meu jardim secou...
Nem uma rosa mais brotou....
Mas ainda está la a fonte,onde cantam as cigarras
Minhas companheiras de outrora
Onde há pássaros saltitantes,grilos falantes....


No céu pássaros desenham letras em zigue e zague
O mar com sua fúria ,golpeia as rochas ...
Meu coração chora....eu continuo só....
Você plantou em mim a semente da .........solidão.


Ereni Wink

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA




Daisi Oliveira de Souza



Quantas luas se passaram,
envoltas em fantasias,
crendo que feliz ninguém seria
se não tivesse companhia.
Distanciei-me de mim mesma
com medo da solidão,que ilusão....
O tempo quis mudar a situação,
deu-me um presente...assim,de supetão,
desfiz o laço...não era bem o que eu queria.
Quando a saudade bateu forte,
tive pressa em resgatar
aquela que só me trouxe alegria.
A minha própria companhia.
Daisi Oliveira de Souza

Paladinos do Virtual




Josemir Tadeu Souza



Embustes...
o embuçar faz-se
peste.
O teste:
saber aceitar.
Mesmo que tormentas,
pulverizem o solo...
desenhando uma imensa
mancha cinzenta,
amacenta...
Paladinos...
o conceituar
de heróis caídos.
Cabalmente perdidos
a defender
falsas donzelas.
Aquelas que criam
mazelas,
e as esparge.
Assim,
a mentira age.

Heróis...
na realidade
o virtual,
traz trasgos
de fantasias.
E provoca rasgos
de proporções sombrias,
pois quem não consegue
se ver à luz dos dias,
não consegue
defender ou enunciar
quaisquer filosofias.

Travas...
adagas...
acúleas lâminas,
pusilânimes inverdades
argentadas pelo alarde,
dos que se vestem,
de Bem,
e se colocam
à disposição do mal.

josemir(aolongo...)

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA





Fernando Martinho






Ó solidão! À noite, quando, estranho,
Vagueio sem destino, pelas ruas,
O mar todo é de pedra... E continuas.
Todo o vento é poeira... E continuas.
A Lua, fria, pesa... E continuas.
Uma hora passa e outra... E continuas.
Nas minhas mãos vazias continuas,
No meu sexo indomável continuas,
Na minha branca insónia continuas,
Paro como quem foge. E continuas.
Chamo por toda a gente. E continuas.
Ninguém me ouve. Ninguém! E continuas.
Invento um verso... E rasgo-o. E continuas.
Eterna, continuas... Mas sei por fim que sou do teu tamanho!

Pedro Homem de Mello,
 in "O Rapaz da Camisola Verde"

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA


Lúcinha Santos





E corro na areia
E ando de mãos dadas
Tomo banho de chuva
Vejo televisão comendo pipocas
com guerra de travesseiros
Rio das bobagens das minha amigas
e sento pra ler um livro em minha rede
Consigo rir de mim mesmo
E passeio alegre por entre gente
Converso com meu cachorro
e acredite: ele me entende
E a solidão
alguém sente ?
esta ao contrário de tudo isso
Solidão é quando o corpo
encontra-se sem a alma
e o coração chora
Solidão é quando a gente quer estar só
por estar entre mil pessoas
e o pensamento estar mundo afora
Solidão a gente sente se quer
a gente sofre se quer
Por que mesmo sozinho
você pode ter uma grande companhia
você mesmo
e acredite
É o melhor que pode ter


SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA











Solidão em Desabafo
São Incontáveis as sensações que invadem nosso ser e delas nos servimos com fartura. 
Mas será que sabemos reconhecê-las?
A solidão, por exemplo, a meu ver, é a mais frequente!
Solidão pelo amor que se foi então!!!!!....
Perdas como a de um ente querido, o emprego que não mais existe, um amigo que nos decepcionou, e a pior de todas, a instalada dentro dos nossos lares.
No mundo moderno, cidades grandes e super povoadas, as pessoas vivem solitárias mesmo estando acompanhadas dos filhos, família, vizinhos, e por aí a fora! 
A falta de diálogo, entrosamento, faz com que cada um se feche em seus mundos mesmo estando cercados de pessoas; sem contar as relações humanas que tanto banalizam as emoções e o afeto!
Saber, permitir, que nossa solidão seja bem aproveitada é a maior dificuldade de todos nós!
Pobres humanos solitários!
Quem saberá povoar sua solidão no meio da multidão????

Márcia Regina Toledo

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA





Fernando Martinho





Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso

Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio

É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou

Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna

Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo

Mia Couto, 
in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA




Claudia Souza



SOLIDÃO 
SEM PERMISSÃO
VENS DE MANSINHO
FALAS BAIXINHO, 
BEM PERTO DO MEU CORAÇÃO.
DIZES A MINHA ALMA
MORAR NELA 
VOCÊ NÃO VAI MAIS NÃO

TUA EXISTÊNCIA
É AMARGA
PARECE INFINITA
E COMO MALTRATA!
DAR ATÉ VONTADE DE MORRER!

SOLIDÃO,
ESTÁS SEMPRE PRESENTE
TORTURANDO MINHA MENTE
E O MEU CORAÇÃO,
SEM REMORSO
NÃO ME DÁS 
PAZ E NEM EMOÇÃO

AH! SOLIDÃO
ÉS CRUEL, INDESEJADA
ÉS MALDITA E ABENÇOADA
EM MEU MUNDO, SEM LICENÇA
HABITA A TUA ESSÊNCIA,
PARA NUNCA MAIS DEIXAR

Claudia Souza - 09/02/12

O Habitante



Maria Salete Ariozi




O SER QUE HABITA
O MEU SER
É TODO POR INTEIRO
NADA DE PARTES,
OU METADES,
OU MESMO DEVANEIOS.

O SER QUE HABITA O MEU SER
É ALGO MAIS
QUE MEU SIMPLES BEM QUERER
ALGO CAPAZ
DE TRANSFIGURAR O MEU PRÓPRIO SER.

O SER QUE HABITA O MEU SER
NÃO OCUPA ESPAÇOS;
SEGUE POR LINHA RETA
ENVOLVE-ME EM TERNOS ABRAÇOS.
O SER QUE HABITA O MEU SER
ASSIM ME COMPLETA

De: Claudio Caldas Faria

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA





Magna Azevedo




Aproximo-me da noite 
o silêncio abre os seus panos escuros 
e as coisas escorrem 
por óleo frio e espesso 

Esta deveria ser a hora 
em que me recolheria 
como um poente 
no bater do teu peito 
mas a solidão 
entra pelos meus vidros 
e nas suas enlutadas mãos 
solto o meu delírio 

É então que surges 
com teus passos de menina 
os teus sonhos arrumados 
como duas tranças nas tuas costas 
guiando-me por corredores infinitos 
e regressando aos espelhos 
onde a vida te encarou 

Mas os ruídos da noite 
trazem a sua esponja silenciosa 
e sem luz e sem tinta 
o meu sonho resigna 

Longe 
os homens afundam-se 
com o caju que fermenta 
e a onda da madrugada 
demora-se de encontro 
às rochas do tempo 

Mia Couto,
 in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

Solidão




Sonia Isotton






Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso

Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio

É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou

Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna

Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo

Mia Couto, 
in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

A solidão é como uma chuva.




Sonia Isotton






A solidão é como uma chuva.
Ergue-se do mar ao encontro das noites;
de planícies distantes e remotas
sobe ao céu, que sempre a guarda.
E do céu tomba sobre a cidade.

Cai como chuva nas horas ambíguas,
quando todas as vielas se voltam para a manhã
e quando os corpos, que nada encontraram,
desiludidos e tristes se separam;
e quando aqueles que se odeiam
têm de dormir juntos na mesma cama:

então, a solidão vai com os rios...

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"
Tradução de Maria João Costa Pereira

O Rapaz da Camisola Verde





Sonia Isotton




Ó solidão! À noite, quando, estranho,
Vagueio sem destino, pelas ruas,
O mar todo é de pedra... E continuas.
Todo o vento é poeira... E continuas.
A Lua, fria, pesa... E continuas.
Uma hora passa e outra... E continuas.
Nas minhas mãos vazias continuas,
No meu sexo indomável continuas,
Na minha branca insónia continuas,
Paro como quem foge. E continuas.
Chamo por toda a gente. E continuas.
Ninguém me ouve. Ninguém! E continuas.
Invento um verso... E rasgo-o. E continuas.
Eterna, continuas... Mas sei por fim que sou do teu tamanho!

Pedro Homem de Mello,
 in "O Rapaz da Camisola Verde"

Se eu pudesse, te daria as estrelas




Ereni Wink





Se eu pudesse,
te daria as estrelas
Mas não posso
Estrelas foram feitas para brilharem no céu.

Se eu pudesse,
te daria o céu
Mas não posso
O céu é a casa de Deus.

Se eu pudesse,
te daria a Lua
Mas não posso
A Lua tem que iluminar as nossas noites.

Se eu pudesse,
te daria o Sol
Mas não posso
O Sol tem que iluminar nossos passos todos os dias.

Se eu pudesse,
te daria o mar
Mas não posso
Os peixes precisam do mar
para viver.

Se eu pudesse,
te daria a chuva
Mas não posso
As plantas precisam da chuva para viver.

Se eu pudesse,
te daria o tempo
Mas não posso
O tempo corre e nunca atende
os nossos desejos.

Se eu pudesse, te daria
os anjos do céu
Mas não posso
Eles têm que guiar nossos caminhos.

Se eu pudesse,
te daria todos os tesouros do mundo
Mas não posso
Os maiores tesouros se conquistam a cada dia.

Se eu pudesse,
te daria
tanta coisa
Mas só o que eu tenho
a oferecer é o meu amor.

Amor, que pode iluminar
as tuas noites.
Que pode guiar os teus passos todos os dias.
Que é a minha fonte para viver.

Amor, que supera o tempo
e a distância.
Que dá vida a um jardim
sem flores.
Que é o maior de todos
os tesouros.

Amor, que me faz pensar
em ti todos os dias.
Que me faz feliz.
Que me faz chorar.

Amor, que está guardado
em meu coração.
Que nasceu e cresceu
em meu peito.

Mas que pertence a você...
Meu Grande Amor!!!

Autor: Autor Desconhecido
Adicionado em: 30/01/2012


Destinos


Ereni Wink







Destinos que se cruzam por tantas coisas a dizer,
Se na lembrança ficará isso eu não posso saber.
Entre lágrimas e sorrisos por um bem querer,
Destinos que se cruzam por um caminho a percorrer
Por maior que seja a distância, nunca mais vou te esquecer...
Arrisque um sorriso e imagine que pode ser para sempre.
Olhe para os lados e veja que você não está só,
Carregue na mente que a vida pode ser bela,
E vale pela esperança de encontrar o que está perdido,
E aquilo que procuramos, sem saber bem o que é,
Mas que sempre estaremos tentando, pois viver apenas por viver,
Não tem graça nenhuma sem você... 

Autor: Autor Desconhecido
Adicionado em: 31/01/2012

Paisagem





Sonia Isotton




Vago aroma de esteva, ao mesmo tempo ardente e virgem,
E este murmúrio doce da folhagem,
São o falar do mato, na estiagem,
Segredando os mistérios da origem.

Calma profunda, doce, resignada...
A vida não é mais do que o viver
Da paisagem nostálgica e pasmada.

A solidão tem dedos de veludo,
De frementes afagos delicados.
— Bendita solidão, que beijas tudo,
Onde andarão meus sonhos desvairados?!...

Nestes montados, Que purificação me invade a alma!
Como entra, em mim, toda a serenidade
Dos ermitões, orando na paisagem!

Nesta paisagem,
Calma, calma, calma,
Como a Eternidade.

Francisco Bugalho, in "Paisagem"

Aquecendo


André Alves

O calor do amor faz meu coração derramar suor. Como me sinto aquecido com esse sentimento.

André Alves

Não entendo



Fatima Pessoa



Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

Amar / Eternas



Josemir Tadeu Souza



Amar... como definir esse incorporal sentimento?
Procuro frondejar de forma plena, os beirais de minhas janelas.
Busco captar das imagens, que adejantes, bailam singelas,
pelo oceano pensante de minha mente,
e modo simples, cuido de jardinar a frente de minha casa...
eis aí um imenso sonho, que cria asas, e pousa onde o coração define.


josemir(aolongo.. 
------------------------------------

Eternas são as maravilhas do nosso povo, que faz Arte como a natureza faz a chuva, o sol, a lua...


josemir(aolongo...

SOLIDÃO - PROSAS DO TEMA




Aníbal Bastos





Depois de tua partida,
Entrou pela minha vida,
Ficando sempre a meu lado.
Com razão ou sem razão,
Ocupou no meu coração,
O lugar por ti deixado!

Minha agonia constante,
Como ciumenta amante,
Veste de noite sombria
Que não pretende ir embora,
Amargando hora a hora,
O meu viver dia a dia!

Se tu vens, ela se esconde,
Fugindo para não sei onde.
Se te vais, ela regressa,
De forma ainda mais ardente,
Como um fervoroso crente,
Cumprindo uma promessa!

Por mais que a tente iludir
E convencê-la a sair,
O meu esforço é em vão.
Maldizendo a triste sorte,
Procuro mostrar ser forte,
À sombra de uma ilusão!

Prometeu me abandonar,
Quando te vir regressar,
De alma e coração.
Como tu não voltas mais,
Vou vivendo ouvindo os ais,
Gritados pela solidão!

A. Bastos (Júnior)

Você faz parte daqui