PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Homenagem às Mães



Angela Mendes




As palavras, a poesia me emprestou
Para cantar a beleza
E o amor
De uma grande criação divina. 
Vieram os versos
A melodia
O som cadente das rimas ricas
Rimas preciosas
Rimas raras
E um nome foi tecido
Em linha de ouro
Tecido fino
Em alto relevo
Corrente firme e brilhante.

O nome se eternizou
É chamado por todos
Na hora da dor

É símbolo de alívio
É flor e encanto juntos
É sinal de ternura
É sinônimo de cuidado
É amor incondicional.

Drummond, me ajude
Me empreste as tuas palavras
Me empreste os teus versos
Tua forma livre de escrever
Me fale do nome que ainda não consegui dizer.

“Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e a chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.

Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.”

Drummond,
Que a sua lei seja ouvida
Que a mãe nunca falte
Que a sua presença física ou não
Seja uma constante na vida de seus filhos.

de Eliana Costa Sausmickt



O que sinto




Lúcinha Santos






O que sinto quando o vejo
é um misto de carinho e desejo
vontade de beijar, de morder
de arranhar
E depois te cuidar e amparar
como se fosse um anjo de cristal
Ando em teu coração bem devagarinho pra
não o machucar
Arrancar suas dores
Seus antigos amores
Tudo que o fizer chorar
O amor é assim
Misto de desejo e paixão
com cuidados sem fim.
.... Lú

A pobreza




Ligia Shlochmann




"A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana."


Marquês de Maricá

Escravos das Recordações


Angela Mendes

Golden



Sinto vontade de gritar, como se eu pudesse, sem os ouvidos ferir.
Vontade de partir, como, se eu soubesse, se tivesse sequer onde ir.
De ir, de sair, as asas domando as forças do vento e pronto!
Pronto a enfrentar o infinito, tão distante, tão próximo, a teu encontro!

As ondas do tempo, envolventes, a varrer, desta vida, as areias,
apagando marcas frescas, passadas, da nossa história recente,
ora delicadas vagas, serenas, sincopadas ao bater destas asas,
ora altaneiras, borrascosas, num turbilhão a nos confundir a mente.

Como explicar a força, que nos anima, nos faz seguir adiante,
quando, em verdade, temos consciência do ontem, presente,
em visões, reais como o zunir do vento em nossos ouvidos.

Escravos das recordações, peças pregadas em nossos sentidos,
a reviver, sempre e sempre, calafrios, tão reais quanto o agora,
sentimentos tão ciosamente guardados, ecos saudosos de outrora.


Seta


André Alves


Aprovado por um peito
Dialogo
O amor floresce no quintal alheio
Que sem receio,
Deixa um pedacinho de lá
De cá, o afeto é perfeito
Ilumina uma seta
Correta?
Não sei
Mas é a mais honesta
Bonita senda.

André Alves

Madrugada




Aníbal Bastos




É já alta a madrugada, quem será
Que neste ermo me vem bater à porta?
Não vê que esta hora é hora morta! 
Não poderia esperar pela manhã?

Elevando a voz, respondo: - Eu vou já!
- É noite fria! O vento gelado corta! –
Será talvez alguém que já não suporta,
As agruras que a noite da vida dá?

Puxo o trinco da porta, e suavemente
Abro-a, e apenas vejo a noite escura,
E nenhum sinal de ali estar gente!

Sem recear o frio venho cá fora,
Saber quem de mim veio à procura, 
E apenas oiço a voz do vento que chora!

A. Bastos (Júnior)

Minha Pobreza


Jose Carlos Ribeiro





EU NÃO DESEJO A RIQUEZA
SEI QUE NÃO ME FAZ FELIZ
A MINHA ALEGRE POBREZA
SEMPRE ME DEU O QUE EU QUIS

ONDE MORO E EM REDOR
MEU NOME É RESPEITADO
SOU POBRE MAS SOU HONRADO
SÓ ISSO ME DÁ O VALOR

E NUNCA ME FALTE NO LAR
O RISO ALEGRE E SADIO
QUE EU LEVO A VIDA A CANTAR
SOU POBRE MAS TENHO BRIO

A MINHA GRANDE ALEGRIA
SÃO OS MOMENTOS QUE PASSO
SEMPRE EM BOA COMPANHIA
ME INSPIRA NOS VERSOS QUE FAÇO

E SOBRA SEMPRE UM POUQUINHO
DA MINHA POBREZA SINGELA
QUE EU DOU A UM MAIS POBREZINHO
TORNANDO-LHE A VIDA MAIS BELA

ESTE É UM DESEJO PROFUNDO
BASTAVA HAVER O BOM SENSO
SE FOSSE COMO EU PENSO
MATAVA-SE A FOME NO MUNDO

NÃO FOI A NATUREZA
QUE ME ENSINOU ISTO A MIM
NASCI E VENHO DA POBREZA
MINHA MÃE ME CRIOU ASSIM

POR ISSO EU DOU VALOR
A QUEM ERGUE O SEU LAR
LIGANDO SEMPRE AO AMOR
SEM A POBREZA IMPORTAR

TODA A RIQUEZA QUE GUARDO
QUE DEUS ME QUIS OFERTAR
MINHAS FILHAS A QUEM VOU ENSINAR
TUDO O QUE ME FOI ENSINADO

PASSANDO POIS MEU DIA A DIA
TRABALHO NÃO PARA A RIQUEZA
MAS PARA SUSTENTAR A POBREZA
QUE EU VIVO COM ALEGRIA

PARA O MUNDO SER PERFEITO
DEVIA SER TUDO POBRE
MAS CADA UM SER BEM NOBRE
NO CORAÇÃO QUE TEM NO PEITO

NINGUÉM SENTIR AVAREZA
DE TUDO QUERER POSSUIR
MOSTRAR O BEM DA POBREZA
“QUE É O POUCO QUERER REPARTIR”.

ONIL

Cor de Baunilha










Gosto do céu assim
Não daquele vermelhão quando o sol vai se por
Ou daquela cor de carmim
Gosto apenas do breve momento
Entre o branco e o laranja
Sabe, quando vem aquele exaltado sentimento?
E você deixa de olvidar
Para apenas exclamar:
Que maravilha!!!
Gosto do céu bem assim
Com a tênue cor de baunilha...
Talvez seja apenas meu modo de olhar.

E fico aqui comigo a imaginar
Hum... Se pudesse naquele momento exato
Não apenas a cor apreciar,
Mas na verdade inalar
O cheiro da flor amarela da orquídea
E poder exclamar:
MAS QUE MARAVILHA!!!
Ter o céu com a cor e o perfume da baunilha.
Claudio Caldas Faria
Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)

Maria




Ligia Shlochmann





Mês das Marias...
Mulheres de todas as cores...
Mãe de tantos amores...
Marias que amam...
Marias que sofrem.
Por um filho que se foi...
Por um filho que ainda não chegou.
Por um filho presente...
Que da vida se torna ausente.

Marias...
Muitas dores em muitos amores.
Marias e todas as sua agonias.
Maria, mulher, e mãe...
Maria, filha e a irmã...
São tantas "Marias"...
Que nascem com toda manhã.
Que despontam a cada dia.

Maria que tão cedo madruga...
Enquanto a casa inteira dorme.
Maria que nunca cansa.
Maria que cedo para a luta levanta.
Maria, mulher...
Maria uma "Santa"!
Maria não poder ser uma comum.
Minha Maria negra...
Minha Maria branca...
Minha Maria índia...
Maria "Santa Mulher!"
Maria, nunca será uma qualquer.

Maria mãe maior.
Maria que me chega com o sol...
Maria que me vem com a lua...
Maria somos teu reflexo da alma.
Como mãe, mulher que também ama.
Maria, somos teus rastros de amor na terra.
Maria com o amor, com o teu coração,
Somos aqui, o teu elo de união.
Maria, o teu amor aqui na terra,
Enquanto existir as "Marias"
O teu amor maior, ainda impera.

(Raquel Free)

Casamento da amizade


Jose Carlos Ribeiro







Casamento da amizade:
Na alegria, na tristeza
na saúde,na doença
na pobreza, na riqueza
na presença e na ausência...
E nem a morte nós separa!!!
AMÉM

Monique Paullino

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