Aníbal Bastos
É já alta a madrugada, quem será
Que neste ermo me vem bater à porta?
Não vê que esta hora é hora morta!
Não poderia esperar pela manhã?
Elevando a voz, respondo: - Eu vou já!
- É noite fria! O vento gelado corta! –
Será talvez alguém que já não suporta,
As agruras que a noite da vida dá?
Puxo o trinco da porta, e suavemente
Abro-a, e apenas vejo a noite escura,
E nenhum sinal de ali estar gente!
Sem recear o frio venho cá fora,
Saber quem de mim veio à procura,
E apenas oiço a voz do vento que chora!
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