PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sábado, 12 de maio de 2012

SALETE - Prosas do tema = POBREZA


Maria Salete Ariozi
POBREZA




Indiferentes atitudes,

Vandalismo urbano,

Agressões à natureza,
Falta de consciência,
Chamo a isso Pobreza !



Falta de respeito humano,

Ganância desmedida,
Indiferença à carência,
Fome da população,
Chamo a isso Pobreza !



Submundo da alma,

Invisível escuridão,
Divisão desumana,
Enganação ao irmão,
Chamo a isso Pobreza !



Abuso na constituição,

Autoridade desmedida,
Corrupção da Nação,
Transgressão do Amor,
Chamo a isso Pobreza ! 



Negação de Deus na vida,

Ausência de bondade,
Desrespeito ao Criador,
Falta de comunhão,
Chamo a isso Pobreza ! 

((Salete)) Maio/2012

LUCINHA - Prosas do Tema = POBREZA




Lúcinha Santos
Pobreza





Pobreza palavra feia
que me traz um certo pavor
Pobreza ninguém gosta
ninguém fala e uns até se opoem
mas está ai enraizada nesse país imenso
e cheio de riquezas emfim..........
De alguns na miséria
e alguns
no luxo
tão estranho isso luxo, lixo
Por que é assim que vejo essa sociedade hipócrita
e sem atitude
um lixo no luxo
E pior que a pobreza da falta de dinheiro
é sem duvida pra mim
o pobre de espirito
que vê o irmão necessitado e vira pro lado.
Essa é a pior que existe
a alma fria e vazia
como um prato de pobre.
..............Lú

SALETE - Prosas do Tema = POBREZA



Maria Salete Ariozi
Humildade



Senhor, fazei com que eu aceite 
minha pobreza tal como sempre foi. 

Que não sinta o que não tenho. 
Não lamente o que podia ter 
e se perdeu por caminhos errados 
e nunca mais voltou. 

Dai, Senhor, que minha humildade 
seja como a chuva desejada 
caindo mansa, 
longa noite escura 
numa terra sedenta 
e num telhado velho. 

Que eu possa agradecer a Vós, 
minha cama estreita, 
minhas coisinhas pobres, 
minha casa de chão, 
pedras e tábuas remontadas. 
E ter sempre um feixe de lenha 
debaixo do meu fogão de taipa, 
e acender, eu mesma, 
o fogo alegre da minha casa 
na manhã de um novo dia que começa.”

Cora Coralina

ANIBAL - Prosas do Tema = POBREZA




Aníbal Bastos
MENDIGO




Ao pobre que pela rua vai esmolando,

Dá um pouco daquilo que a to cabe;
Amanhã é outro dia e ninguém sabe,
Se trilharás caminhos que ele está trilhando!



A vida é como um astro no céu girando,
Que pode mudar de rumo e desabe,
E, no seu desabar consigo acabe,
Com a ventura que hoje estás gozando,



Por isso ao veres uma mão estendida,
Num rosto marcado pela tristeza,
Pensa em tudo de bom que tens na vida!



E dá… muito ou pouco, mas dá a sorrir,
Porque por muito que dês tem a certeza,
Que é muito melhor dar do que pedir!


A. Bastos (Júnior)

JOSÉ CARLOS - Prosas do Tema = POBREZA


Jose Carlos Ribeiro
Meu pobre amigo.






Tu meu pobre amigo que não tens abrigo.
Que és um homem sem-teto...
Sem família... Sem o calor humano 
Um homem perdido, sem um passado... Sem horizontes...
Tu que está em toda parte e em lugar nenhum...
Que dormes num banco de um jardim publico
Que tem como companhia o céu e as estrelas a chuva,e o frio. 
É assim que vives dia a pós dia, noite a pós noite
Hoje és um pobre, Um Sem-Abrigo
Deitado no banco, sobre trapos ou cartão,
Ao frio e à chuva dos invernos.
Não tens nada e com nada te importas
Não és ninguém e limitas-te a arrastar a tua existência…
Perdeste-te num Mundo 
Que é só teu onde só entra mesmo a solidão.
Por uma noite fria e gelada
Dormias em uma caixa de papelão como um animal
E adeus à vida dissesses

J.C.

DAISI - Prosas do Tema = POBREZA




Daisi Oliveira de Souza
Gente triste




Meus olhos calejados

Com a pobreza conviver
Não filtram o bom,
Ou como poderia ser.



Acostumado nesta labuta,
Vivo numa eterna disputa,
Com meus companheiros de sina
O lixo dos outros recolher.



Cada casa visitada me ensina,
O que tenho ...dá prá viver;
Vejo o desperdício no lixo,
Amontoados de desejos invisíveis
Para seus egos satisfazer.



Vi a moça chorando,sem ter o que fazer.
O velho lá sozinho...tadinho....
A senhora e seu cãozinho.
O casal no seu carrão não troca um olhar!




Meu São Sebastião!! Nem precisa me ajudar.
Meus filhos e minha mulher,
Puxando meu carrinho, rindo de se engasgar.



Veja só que vida triste, desta gente,
Tem tudo o que o dinheiro pode comprar,
E não são felizes como a gente.


(Daisi Oliveira e Souza)

ANGELA - Prosas do Tema = POBREZA


Angela Mendes
UMA PALAVRA SÓ




Queria hoje ter em mim
a palavra mais bela
para escrever, enfim,
a poesia mais singela,
e falar com maestria
desse ser divino 
que veio à terra
para gerar vida
e semear alegria.
Trouxe consigo o amor,
a doação e abnegação.
Tornou-se santa 
mesmo sendo humana,
enxugou lágrimas,
suavizou a dor,
espantou o medo, 
cicatrizou a ferida,
embalou o berço,
fez-se anjo em minha vida.
Minha pobreza de palavras
só me permite dizer
que fui a pessoa mais rica
gerada no teu ser!
Só posso expressar,
toda minha afeição
numa única palavra 
chamada, mãe, GRATIDÃO!
(Ângela Mendes)

LIGIA - Prosas do Tema = POBREZA




Ligia Shlochmann





NEM SEI SE SABEREI DIZER TUDO SOBRE POBREZA
EM TANTOS LUGARES ANDEI
NOS RECÔNDITOS DO PLANETA.
MUITOS CHOROS, MUITAS DOENÇAS,
MUITA FOME, DESESPERANÇA 
MUITA SUJEIRA, MUITAS MOSCAS
POUSADAS NA FERIDAS DE CRIANÇAS 
FÉTIDAS E MORIBUNDAS.
MUITA DOR, CORAÇÃO ACELERADO
QUERENDO DAR VIDA
JÁ AO QUE NÃO TINHA
MAIS VIDA E NEM AMOR.
MISERÁVEIS TODOS ELES
MISERÁVEIS TODOS NÓS
DESSA CONDIÇÃO HUMANA
TÃO TÊNUE E PERENE 
TÃO ABSURDA E DESMEDIDA
SEMPRE TENTANDO VELAR 
O CLARAMENTE DESVELADO
HIPOCRISIA DESMESURADA 
INSUPORTÁVEL CAMINHADA
NESSA OBSCURA POBREZA
UM DIA SEI QUE LÁ VOU VOLTAR
PARA LEVAR AMOR E DEDICAÇÃO
CRIATURA ÍNFIMA EU, DESSA
MISERÁVEL CONDIÇÃO, EM MEIO A
A POBREZA, DE HOMENS ARMADOS
IGUALMENTE A PODRIDÃO QUE
TRAZEM NO CORAÇÃO.


JOSÉ CARLOS - Prosas do Tema = POBREZA




Jose Carlos Ribeiro
Minha companhia a solidão e fome





Nesta manhã de domingo de outono 

Mão estendida, com fome, os meus olhos se fecham e eu estremeço
nos degraus desta igreja eu estou acentado
eu escuto as pessoas falar,escuto tambem o canto do vento
no largo da minha igreja eu vejo a chuva a cair.
e eu sonho ja com a próxima primavera.
Nas refletos de seus olhos claros
Pensei ver a indiferença .
vossos andares se aceleram
Vocês parecem fugir a diferença.



Eu olho pra vocês e eu estou sozinho
A solidão e a fome é minha unica companhia.



eu gostaria de ser como voces
Mas minha estrela se foi.
Não tenham medo da minha miséria
Juntem-se as minhas orações! 
Seus olhares parecem me evitar.
eu so Peço um pouco de amor.
Eu tenho tantas lágrimas para vos oferecer.
meus olhos procuram voces dia a pós dia.



Eu vos espero estou sozinho
a solidao e fome é minha unica companhia.



Em vossos olhos vazios, eu procuro em vão.
Um amigo,um irmão, irmã ou amiga.
Meu unico cúmplice é só tristeza.
Devo dar-lhe a minha vida?
Quando a noite cai sobre mim
Estou sempre com medo de ter muito frio.
Eu tenho muitas vezes medo de adormecer.
Eu vi muitas vezes meus amigos irmãos morrer.
Então eu bebo para esquecer.
Eu bebo para me acalmar.



Eu estou sozinho.
A solidao e fome é minha unica companhia.



Bendito aquele aqui na terra.
Que salvara a nossa miseria.
Eu sempre quero manter a esperança.
Que um dia nossa hora de glória vai chegar. "
Sem artifícios e sem coroa.
Simplesmente seremos seres humanos.
Que encontraremos nossa dignidade.
Para reaprender a palavra amor...



J.C.


ANIBAL - Prosas do Tema = PoBREZA




Aníbal Bastos
SEM ABRIGO







Vives na triste miséria

Onde há tantos miseráveis

Com uns sorrisos amáveis
Fingindo ser gente séria.

Saiu-te o sangue das veias 
E do teu corpo o suor,
Para manter barrigas cheias
De quem te mentiu melhor.

Que importa que passes fome
Nem teres nada neste mundo.
Não passas dum Zé sem nome
Por alcunha: o vagabundo.

Dormes debaixo da ponte,
Ou do vão duma escada.
Pior que um bicho do monte
Que tem a toca abrigada.

Nas ruas pedes esmola!
Já não passas dum mendigo
Dos que não usam sacola.
És chamado: sem-abrigo.

A barba esconde-te o rosto
Para ninguém te conhecer,
Ou apenas para esconder,
As marcas do teu desgosto.

Só te apontam os defeitos
Sem desculpas e sem pausas.
Julgam-te pelos efeitos,
Esquecendo-se das causas.

Talvez um dia, quem sabe,
Noutro mundo diferente,
A tua miséria acabe,
E, comece para outra gente.
A. Bastos (Júnior)

CLAUDIO - Prosas do Tema = POBREZA


Claudio Caldas Faria


Gavião lá no céu piou
Entre nuvens brancas do sul
Urubu então olhou
A carniça lá no chão 
Mergulhou do céu pintado de azul
A bater asas e coração

O primeiro a se “achegar”
Com certeza vai se fartar
Com a boa refeição
Que a seca e a miséria
Deu de graça em sua “mão”

Uns fazem do outro a felicidade
Com o mal de um o outro come
Hoje depois que morre o burro
Fica então apenas o homem

O homem de tão burro se consome
Essa é a foto da miséria humana
Uma foto marcada com o próprio nome
“HUMANIDADE INSANA”
Se não houver um verdadeiro recomeço
Pois a miséria não nos engana
Ser humano é você o avesso do avesso

Claudio Caldas Faria
Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)

ANGELA - Prosas do Tema - POBREZA


Angela Mendes
Riqueza




Ele não é da "elite social",
Nem frequenta as festas da "classe A":
Conta até moedinhas de um real,
E às vezes ouve o estômago roncar...
Chamam-no de "trabalhador braçal";
Dorme de favor em qualquer lugar;
Na lista da assistente social,
Um vagabundo a mais pra acomodar.

Mas algo especial se pode ver
Nesse olhar revelador e profundo
Do Homem de Nazaré...
Basta olhar em Seus olhos pra entender:
Deus escolheu os pobres deste mundo
Pra serem ricos em fé.

(Ederson Peka)

CLAUDIO - Prosas do Tema = POBREZA




Claudio Caldas Faria
Pobreza Maior





Nada consigo fazer em cima da pobreza
Pois hoje então não é dia de criar
Passarei por aqui, apenas a plagiar.
Não há como utilizar da delicadeza.

Vamos discorrer com maior clareza.
O sábio Confúcio já afiançava:
“A preguiça anda tão devagar,
Que a alcança, facilmente, a pobreza”.

E já que não sou de me repetir
Como pregava Mahatma Gandhi:
“Para nossa carência, 
Cada dia a natureza produz o suficiente,” 
- E haja tanta paciência –
“Se apenas se tomasse o que lhe fosse necessário,”
- Digo isso ao ser chamado HOMEM –
“Não haveria pobreza no mundo” – tão arbitrário -
“E ninguém morreria de fome.”

Nessas palavras quantas verdades
E quanta nobreza
De nobres almas que tomaram a liberdade
De falar com firmeza
Aos homens das grandes cidades

Sabedoria esta que vai ao infinito
Provamos aqui a triste realidade
E não há nisso pensamento restrito
Pois mais pobre que o pobre de posses
É o infeliz pobre de espírito.


Claudio Caldas Faria
Lei de Direito Autoral (nº 9610/98)

DAISI - Prosas do Tema = POBREZA




Daisi Oliveira de Souza
Omissão




Desperta agora! Não há mais tempo,
Dê bom exemplo aos que estão em crescimento.
De discursos estamos saturados,
Palavras e mais palavras dos velhos gaiatos,
Com suas promessas sobre um palanque
Sem demonstrar nem por um instante,
A verdadeira vontade em realizar.

Nas atitudes é que mostramos para que viemos.
Não seja omisso, a tua omissão é uma chaga aberta
Naquele que é necessitado; olha para os lados,
Vê o tudo que te foi dado, não por merecimento,
Mas para que aprendas que deve ser compartilhado.
Se receberdes corda em abundância, use-a com sabedoria,
Não faças dela o teu próprio sacrifício.

Seja solidário com o teu semelhante,
Haja com compaixão e caridade.
Limpa tua mente do lixo do preconceito,
Viver na pobreza não é defeito, é condição.
Naquele corpo mal vestido e descuidado,
Existe um ser humano a ser amparado
Necessitando da tua atenção.

Ao olhar a miséria alheia,
Não lave tuas mãos,
Seja verdadeiramente um cristão.
Mais miserável que este ser carente,
És tu que estás sempre ausente 
Ao sofrimento do teu irmão.
O que Jesus faria na tua condição?

(Daisi Oliveira de Souza)

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