André Alves
Da existência ganhei seus espinhos
Incansável busca
Que passa por presepadas
Não amordaço minhas falas
Esgoto minhas veias
Depois me renovo com outro sangue
O frescor me anima
A cada ano que passa ganho um troféu
Não atrapalho mais o meu curso
Foi-se o adolescente
Adulto se instalou
A pele não mais representa a juventude
Santa maturidade
O peso da cruz é duro
Ignorá-la fica mais justo
Estou na boa idade
Cristandade me purifica
33 anos significantes
A mãe sorri pela festa
Talvez ainda sofra pelo amanhã incerto
Passagem certa
Espera no ponto seguinte
Sensibilidade farta
Roupa que me aquece
Sou mais a coroa de espinhos
Que aquele que a veste
O olhar e rosto confirmam o homem
Sim, venci o tempo
Minhas cruzes serão eternas
Ressuscitarei até quando puder.
André Alves