Maria Salete Ariozi
Caíram, cassados, caçados
Aqueles que se recusaram
A compartilhar sua caça
Com a impiedosa alcatéia.
Ficamos, ovelhas, pasmados
Diante da grande e vil tenda
As casas e pratos virados:
Retrato da nossa esperança?
Com tantas vovós, chapéuzinhos,
Somente prosperam os lobos,
Que delas se fartam e arrotam
Projetos de lei infundados,
Palavras vazias, mentiras
De peitos vazios, ausentes
De todo amor ou justiça;
Somente ganância e preguiça.
E o povo nem mesmo percebe
Que é ele mesmo a massa,
O molho, até a muzzarela,
Da pizza gigante e indigesta;
E ficam aqui os porquinhos,
Tentando erguer suas casas
Que os lobos assopram e derrubam
Se rindo do nosso esforço;
E o circo montado graceja,
Também arrogante contesta
O fim desse conto de fadas,
Pois final feliz não se espera;
Somente um povo comido,
Cuspido, pisado, sofrido;
Um povo à mercê do perigo
Daqueles que o representam.
E qual é a lição de moral?
Que o ser humano não presta,
Que o povo não se interessa
No bem de si mesmo ou do outro;
Não é tão estranho esse conto,
Pois que ao final dessa história,
Na nossa vergonha inglória,
Levamos o que merecemos.
Fala Sério: Poesias Políticas
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