Carmen Alice Ribeiro
Política de boa vizinhança (versão poética)
Somos seres sociais.
Temos a necessidade de companhia.
Buscamos sempre ser iguais.
Queremos sempre agradar aos outros
E, muitas vezes, isso nos leva à covardia!
Pela política de boa vizinhança,
Renunciamos aos nossos próprios princípios.
Tudo isso por medo…
Medo da solidão, medo de não vivermos mais em sociedade.
Mas essa sociedade é um paradoxo.
Como viver em grupo sem solidariedade?
Logicamente, matematicamente, é impossível,
Mas, na pratica, pode ser verdade.
Sempre é verdade!
Esquecemos nossas essências.
Aprendemos a criticar os outros,
Aprendemos a falar o que os outros gostam de ouvir,
Entretanto, nunca dizemos o que realmente nos passa pelo pensamento.
Ser gentil, gentil, gentil…
Bonitinho aos olhos alheios…
Tudo isso por aversão ao ressentimento!
Horror ao mau juízo.
O mundo das aparências.
A Terra da covardia.
O planeta das duas faces.
A preferência pela revelia.
Muitas vezes, somos mais sozinhos vivendo em grupo.
Seríamos mais sociáveis se fôssemos sozinhos.
Pois, assim, voltaríamos à selvageria:
Cada um por si, mas com inocência,
Diferentemente de cada um por si, mas com consciência!
Quem é selvagem não pensa em fazer o mal,
Não pensa em dizer o que não crê,
Não pensa em ser amoral,
É tão-somente irracional.
E não sabe o que é essa hipócrita política de boa vizinhança!
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