Fátima Custódio
Falas-me de música quando me olho ao espelho. Reflectem-se as notas musicais nos meus olhos límpidos. Fecho-os para interiorizar os sons nascidos dentro da alma.
Uma força mágica num gesto de sonho acaricia-me de leve num reflexo sem letargia. Há movimento nos sons que me acompanham. Força e magia esperam-me do outro lado de mim. Não desisto de procurar aquela estrela inacessível algures pelos céus e que me vive espreitando durante as noites longas e solitárias. E a música ilumina-me o espelho onde me reflicto. De alma nua e olhos cheios. Sonho com a música da primavera. A mesma música que brilha nos teus olhos e a que faz as estrelas brilhar.
E por vezes as lágrimas tomam conta de mim e os meus olhos ficam diferentes.
Há um grande silêncio sempre que rabisco as palavras. As palavras que queria que fossem acordes. E são. Mas são acordes tristes . Perco-me nos traços de um lápis onde tantas vezes sou traída. Não gosto de traições. Mas a música nunca me trai. Vivo para lá do ritmo convertido em realidade quando a música é a minha voz calada
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