Aníbal Bastos
A. Bastos (Júnior)
Trigais de espigas douradas
Vestidas de louro grão,
Pelo seu peso vergadas
Em forma de servidão,
Sabendo ser consagradas
Depois da ceifa e malhadas,
Quando o grão for triturado
Por entre as mós do moinho
É em farinha tornado.
E no final do seu caminho
Irá transformar-se em pão,
Deixando ficar para trás
Os beijos que recebia,
Quer da brisa da manhã,
Quer do Sol do meio-dia,
Quando em prado verdejante
Serenamente crescia.
E da semente guardada
Lançada à terra outro dia,
Do grão a espiga doirada
Mais uma vez renascia,
Na sua sina constante
De alimentar toda a gente
Fosse boa fosse má…
Ao trigo era indiferente.
A. Bastos (Júnior)
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