PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

domingo, 22 de abril de 2012

FÁTIMA CUSTÓDIO - Prosas do Tema = SINA


Fátima Custódio


Onde morreu a esperança?

Há um lugar onde a esperança morreu. Um lugar nítido onde já não é possível distinguir a cor que o céu oferece aos olhos cansados.. Não reparam no azul distinto de todos os azuis. Sim, porque o azul do céu é diferente. Diferente porque é a côr de todos os sonhos. Morrem os sonhos e morre a esperança que se diz verde. 
Num lugar onde sobraceam os ramos agitados e que também se dizem verdes. 
Num lugar onde os arbustos da vida teimam em cruzar-se no caminho que percorro. No verde aniquilado por sonhos desfeitos. Sonhos de ilusão lançados pelo luar silencioso que atenta e lentamente percorrem toda a terra... Aqui e ali. Ao virar da esquina. No canto da rua. Nas paredes sem luz. Nas horas fantasmas e emudecidas perdidas entre as ruínas do tempo!. 
O lugar onde esperança morreu... 

Sigo abraçada á vida, mas distante de tudo o que me rodeia. 
Há estrelas a brilhar e não as vejo. 
Há um luar tão quieto que me incomoda. 
Há a chuva! Trovoada e relâmpagos. 
Há instantes fugazes. Instantes intemporais 
Há as peças de um puzlle desencaixado. 
Há enganos mais que muitos!. 

Deixei a esperança morrer 
Num lugar distante, hinóspito e sem nome 
Onde nunca ouvi o significado da palavra SIM! 

Um espaço perdido entre mim e esse lugar. 
Num dia que quer anunciado. 
Não escolhi este dilema. 
De penas e poemas... 

Nao sou eu quem chora o céu... 
E chove... 
Mágica chuva... 
Lágrimas vindas do espaço. 
Sinto que são saudade.. 
A minha saudade. 
................................... 
Saudade do que não sei 
Saudade do que não tive 
Saudade da chuva 
Da água.... 

Sou do fogo.... 

Fátima Custódio


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui