Fátima Custódio
Onde morreu a esperança?
Há um lugar onde a esperança morreu. Um lugar nítido onde já não é possível distinguir a cor que o céu oferece aos olhos cansados.. Não reparam no azul distinto de todos os azuis. Sim, porque o azul do céu é diferente. Diferente porque é a côr de todos os sonhos. Morrem os sonhos e morre a esperança que se diz verde.
Num lugar onde sobraceam os ramos agitados e que também se dizem verdes.
Num lugar onde os arbustos da vida teimam em cruzar-se no caminho que percorro. No verde aniquilado por sonhos desfeitos. Sonhos de ilusão lançados pelo luar silencioso que atenta e lentamente percorrem toda a terra... Aqui e ali. Ao virar da esquina. No canto da rua. Nas paredes sem luz. Nas horas fantasmas e emudecidas perdidas entre as ruínas do tempo!.
O lugar onde esperança morreu...
Sigo abraçada á vida, mas distante de tudo o que me rodeia.
Há estrelas a brilhar e não as vejo.
Há um luar tão quieto que me incomoda.
Há a chuva! Trovoada e relâmpagos.
Há instantes fugazes. Instantes intemporais
Há as peças de um puzlle desencaixado.
Há enganos mais que muitos!.
Deixei a esperança morrer
Num lugar distante, hinóspito e sem nome
Onde nunca ouvi o significado da palavra SIM!
Um espaço perdido entre mim e esse lugar.
Num dia que quer anunciado.
Não escolhi este dilema.
De penas e poemas...
Nao sou eu quem chora o céu...
E chove...
Mágica chuva...
Lágrimas vindas do espaço.
Sinto que são saudade..
A minha saudade.
...................................
Saudade do que não sei
Saudade do que não tive
Saudade da chuva
Da água....
Sou do fogo....
Fátima Custódio
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