Aníbal Bastos
Dizem que não são bonitos,
Os versos por mim escritos,
Porque contém amargura;
Tristezas e desencantos,
Lágrimas de dor e prantos:
Os sinais de desventura!
Não sei escrever doutra forma,
Porque não tenho por norma,
Escrever para fazer sorrir!
Prefiro ser na madrugada,
O clarim da alvorada,
Para acordar quem está a dormir!
Por isso escrevo o que vejo,
E nem sequer pestanejo,
Quando aponto as verdades,
Deste mundo velho e podre
Que mais parece um cheio odre!
A rebentar de maldades
Eu escrevo contra a pobreza,
Porque vejo a riqueza,
Sendo tão mal repartida!
Vejo uns a morrer de fome
E outros apenas pelo nome,
Fazer o que quer na vida!
Por tanta desigualdade,
Digo com sinceridade,
A quem me presta atenção!
Que não procuro a fama
E que a minha escrita é a chama
Que me arde no coração!
E nesta chama bendita,
Onde a minha alma grita,
Em nome da liberdade!
Que no pensar e no sentir,
No chorar ou no sorrir,
Só se expresse a verdade!
A. Bastos (Júnior)
Nenhum comentário:
Postar um comentário