Fátima Custódio
Mãos de fogo, mãos de neve, dilacerando pedaços de mim,
Silêncios de água, oceanos e todas as fontes nascendo
Artifícios de mim, quase reflectem no espelho, o insano
Aquietam-se por entre elementos da água salgada...
Mãos de fogo, inquietas rasgam as letras que componho
Mãos de neve, sonhos perdidos, fragmentos...
Mãos de fogo, mãos de neve, ritmando a solidão...
Perco-me na ténue gota saída do azul do mar,
Voltarei para buscar as cores que aqui deixei,
Voltarei para pintar as cores da alvorada
E as partículas perdidas do esperar renascer
Mãos de neve, espessas brumas, ecos no meio do nada,
Mãos de fogo, sede, não há ninguém além de mim...
Restos de lágrimas dos dias em todos os olhos do tempo,
Nas horas caladas, queimando as minhas mãos de fogo,
No espelho do lago, nos montes da lua, na neve das mãos.
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