Carmen Alice Ribeiro
"Tenho medo de já ter perdido muito tempo.
Tenho medo que seja cada vez mais difícil. Tenho medo de endurecer,
de me fechar, de me encarapaçar dentro de uma solidão -escudo.
Ando meio cansada de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis.
Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos.Tô exausta de construir
e demolir fantasias. Não quero me encantar com ninguém.
Embora não conheça o ponto onde devo chegar, é para lá que me dirijo cega,
aos trancos. Procurando, descubro que ando viciada em coisas lentas, lentas
e essenciais, em música e, sobretudo, estou viciada em silêncio.
Quem diria que viver ia dar nisso?"
Caio F Abreu
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