Aníbal Bastos
Ando na vida à deriva,
Por ter a alma cativa,
De um sentimento antigo!
Um grande e profundo amor
Que se transformou em dor,
Mas esquecê-lo não consigo
De dia sonho acordado,
Relembrando o passado
E dos felizes momentos,
De amor e felicidade
Que vivemos de verdade
E hoje só restam lamentos!
De noite para meu castigo,
Passo-a a sonhar contigo,
Sonhando ter-te nos braços,
Como outrora novamente,
Mas acordo de repente,
Com minha alma em pedaços!
Às vezes pergunto à vida,
Porquê tanta dor sentida;
Da qual não lhe vejo fim!
A vida sorri trocista,
Mostra-me um ar fatalista,
E responde-me assim:
- Quando se acordam sentidos,
Há muito adormecidos,
Todo o cuidado é pouco!
Porque um amor acordado,
De um pesadelo passado,
Pode tornar-se num louco!
Procura outros caminhos,
Outros braços e carinhos,
Um novo amor de verdade!
Que te abrase o coração!
Pondo fim à ilusão!
- Deixa de amar a saudade!
A. Bastos (Júnior)
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