Orlando Costa Filho
Caminho por alamedas margeadas
por acácias azaléias e tantas outras
de onde pendem segredos e milagres!
Nessas alamedas (tu não sabes!),
sinto firmemente tua mão na minha
enquanto deslizam aquáticas e brancas aves
no lago-espelho de variadas turmalinas e é máxima
a graça da mágica das cores das flores refletidas
a um só tempo cálidas, plácidas e válidas
pra que as ondas eletromagnéticas
revelem-se o meio natural de chegar a ti
e não me façam uma criatura cética.
O tempo flui, é rio sem calha sem margem
nele meu amor cresce demasiadamente
deixa submersa a dor plantada na vargem...
Saudades são sementes que os dentes dos dias
estalam trincam trituram e a língua da esperança
sente o doce disfarçado de amargo que o tempo destila!
Tela Almeida Júnior. Saudade, tela, 1899, Pinacoteca de SP
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