Aníbal Bastos
RENÚNCIA
Por pensar não poder dar-te a felicidade,
- Quando o que mais queria, era ver-te feliz -
Tentar de lado pôr o coração, foi o que fiz,
Julgando praticar um acto de pura bondade!
Golpear um amor de morte, é crueldade!
Secar uma árvore, cortando-lhe a raiz,
É deixar no coração uma eterna cicatriz
Que não fecha, porque sangra, de dor e saudade!
A tristeza da alma é voz e é pronúncia,
De uma acusação severa e incessante
Que do amor ninguém deve fazer renúncia!
Renunciei de ti, mas a chama ainda arde,
Sonhando abraçar-te por um breve instante,
Oiço exclamar: - É tarde demais, é muito tarde!
A. Bastos (Júnior)
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