Jornada

Aníbal Bastos

Ao longo da nossa jornada,

Numa ou noutra encruzilhada,

Por vezes nos encontramos!

Quando nos bafeja a sorte,

Seguimos para bom norte,

Mas outras vezes erramos!

Quando sentimos que a vida,

Da forma como é vivida,

Não nos traz satisfação!

Como náufrago no mar,

Procuramos encontrar,

Uma tábua de salvação!

E neste enfermo sonhar,

Vemos as bruxas dançar,

Em noites de lua-cheia!

Tal marinheiro fascinado,

Lança-se ao mar embalado,

Pelo cantar duma sereia!

Depois com olhos abertos,

E os sentidos despertos,

Sente a vida ainda mais feia!

Vítima duma artimanha,

Vê que a sereia é uma aranha,

E o mar dela é uma teia!

Reconhecendo tais perigos,

Recorre a mestres amigos,

Cuja amizade mereceu!

Pergunta com humildade:

Dizei-me por caridade,

Porquê isto? Porquê eu?

Não te julgues por culpado,

De nada és acusado,

Nem entres em desatino!

O sofrimento que encontraste,

Foi por que te desviaste,

Da linha do teu destino!

Agora tens na tua mão,

O poder da decisão,

De alterar os passos dados!

Porque com certeza viste,

Que da teia donde saíste,

Tens amigos amarrados!

O tempo que foi concedido,

Para ouvir o teu pedido,

Está-se prestes a esgotar!

De momento vou embora,

Mas a qualquer instante e hora,

Estou pronto para voltar!

Continua o teu caminho,

Nunca te sintas sozinho,

Porque estás acompanhado!

Basta ajuda nos pedir,

Para logo poder sentir,

Que estamos a teu lado!

Abre os olhos segue em frente,

Volta a sorrir novamente,

Continua a tua jornada!

No livro negro da vida,

Aonde tinhas uma ferida,

Essa folha foi arrancada!

A. Bastos (Júnior)