PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Depressão II



Claudio Caldas Faria






Energia pura em todo o corpo
Deixava a alma em todo o porto
Tudo mais que delineado, nada torto
Explosões de sons e cores
Arrepio na pele de amores.

Uma força maior incontestável
Levando-o a um mundo improvável
De conter alguma realidade,
Mas o tempo e a fatalidade
Não deixaram o Bem-Estar se prolongar.

Por que assim não pode ser?
Era apenas a simples vontade de viver
Que impulsionava todo o seu ser.

Porque não pode ser assim.
Deixaram a vida chegar a té a mim
Para num só segundo me apontaem o fim.

Queda vertiginosa
Cheia de curvas e espinhosa
Que as dores do corpo chegam a gritar
A escuridão só aumentando
A alma plenamente em pranto
Calava a voz, o peito e o pensar.

Ouvia alguém que perguntava:
- Ele está morto?
Outra voz ao longe retrucava:
- Não, mas está lá todo torto, 
parece que num distante porto,
seu corpo vai enfim descansar.

Os sons, todos eles,
Antes deslumbrantes
Agora eles todos
Com notas horripilantes.

Cores?
O olho nenhuma conseguia ver
Nem o preto, nem o branco apenas o cinza
Mas o que se há de fazer?
E o que ele costuma dizer?
Que a melhor coisa da vida é morrer
.
O Pior é ter que ver o tormento
Engolir o que não se quer: MEDICAMENTOS.
Abdicar do tudo que lhe é importante
Não há vontade, amor ou um só instante
Que se possa afirmar: "ESTOU VIVO"
São vômitos, suores gelados e dores
Arrepios, medos e os maiores tremores
que morrer é a única saída,
O interior se abre em feridas
Para as quais remédios não há.
Não existe o apego a mais nada
Para ser exato é apenas isto: O NADA;
NADA MAIS IMPORTA, NADA MAIS INTERESSA 
Existe apena uma pressa
De sentir a morte chegar,
Mas ela nunca se aproxima o necessário
Só lhe sopra na nunca o falso presságio
Que pouco falta para finalizar
E tudo vai ficando cada vez mais perdurando
No poço profundo tu vais despencando
Sem um fim, sem um NUNCA terminar.

Claudio Caldas Faria . - in ECOS & REFLEXOS

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