Basilina Divina Pereira
SUBTERFÚGIOS DA ALMA
Nasci oculta
e escondi-me em espirais.
Segui os timbres da intuição
que me indicavam desvios,
devaneios, sepultos
na fenda submersa da noite.
Raios insólitos esgueiravam-se
num turbilhão de cores e vozes
vindas de poços encravados
no limbo de minha recém-existência.
Hesitação...
Não me reconheço...
Só sei que sou começo.
À luz do tempo, sou alma.
Alma gótica, não-burguesa,
dessas que fecundam mel,
na ausência de outros caminhos,
não quero me perder em conflitos
nem lançar apelos aflitos
como varizes...
incrustada no corpo.
A essência sofre...
há desvio de curso,
muitos discursos
e uma escadaria torta.
Mas minha alma quer a porta,
sem subterfúgios.
Basilina
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