PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Infância




Aníbal Bastos





Recordando infância,
Sinto no ar a fragância,
Do perfume da ternura;
Do teu olhar inocente,
Onde brilha o Sol nascente,
Numa montanha de alvura!

No murmúrio das águas,
Deslizando entre fráguas,
- Terno embalar de doçura -
No teu rosto o sorriso,
É um rio onde deslizo,
Rumo ao mar da ventura!

Beijos aos lábios proibidos,
Pelo coração pedidos,
Nos desejos a sonhar;
Havia um beijo tão lindo,
No nosso olhar sorrindo,
O céu espelhando no mar!

Doce amor adolescente,
Sem ser brasa incandescente,
Era chama pura e sã!
Tal como um botão de rosa,
Da roseira mais formosa,
Abrindo ao Sol da manhã!

Desses dias tão risonhos,
Das noites de belos sonhos,
Na flor da mocidade;
Fomos estrelas cintilantes,
Dentro do peito brilhantes!
- Fomos amor de verdade!

O destino -senhor forte -
Trocou-nos na vida o norte,
Seguimos rumos diferentes!
Mas quando nos encontramos,
Se o nosso olhar cruzamos,
Neles estão, beijos presentes!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui