Fátima Custódio
Um olhar
“Tenho os olhos rasos de água”
Espraia-se na minha íris
Todo um mundo multicolor.
Quando as manhãs são de orvalho
Tenho olhos de sol nascente
Nas tardes de seda púrpura,
Os meus olhos são poente.
E os fios dourados do sol
A adornar-me as pestanas,
São reflexos sorridentes
Da vida ainda a brilhar
Sonhando o reino dos sonhos.
É crepúsculo. Acendo a noite,
Dentro dos olhos fechados.
É noite, Cai uma lágrima,
Molhando de sal, o rosto,
Dos próprios olhos cansado,
De tanta lágrima escorrer.
Trago um silêncio nas mãos,
Nos olhos trago um poema,
Nos lábios trago um sorriso,
No coração tenho amor,
E, tantas vezes, a dor!
“Tenho os olhos rasos de água”
E depois do pôr do sol
São cintilantes de estrelas,
Tremeluzindo no alto…
Distantes de mim, os meus olhos
Voando além do pensamento,
Vão nas cortinas das nuvens,
Nas brumas que a terra tem;
E nas ondas do alto mar.
Nas margens de mim se libertam
Junto á corrente dos rios…
Fátima Custódio
28/03/2012
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