Sonia Isotton
Sigo sózinha na estreita estrada
que se me faz caminho
por dentro da alvorada
que em mim se faz ninho
sigo indiferente
de mim ausente
até ao fim do mundo
com os olhos rasos de água
Não sei o que vou encontrar
nem se o Mundo tem mesmo um fim
mas sei que a este lugar
tão longe e tão perto de mim
eu jamais irei voltar
Por isso junto a coragem que me resta
abro nos olhos uma fresta
e enxugo as lágrimas
que teimosas insistem
em me molhar o peito
entrego o corpo à vida
entrego o corpo às balas
seguro o pouco ar
que ainda me percorre as veias
abro em mim as necessárias alas
levanto o queixo, ensaio um sorriso
e sigo a direito...
...porque a vida faz-se em frente
e nunca de recuos...
São Reis
18Fev2012
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