Ereni Wink
Hortos de silêncio em amplexos
Brutais consomem desconexos
Sinais, espaços. E dos tempos
O vazio circular hermético:
Dores contidas nos contratempos.
Porque eu sou na dor um eclético
Tenho-a de todas as formas.
No cadinho do tempo aqueço
O verbo a palavra e teço
A dor com intenção e normas.
Sirvo-me da chama, retortas
Aqueço a alma, fecho as portas
Uso o silêncio amargo e traço
Indefinidamente no espaço,
Vazios, esperas sem sentido.
Está em baixo, está em cima,
Em todo o lado, em toda a parte
E para conhecer o ovo
É preciso o engenho e arte.
Na transmutação das palavras
Dos gestos, a sublime rima
Dor verbo, dor ovo, de novo.
José Félix,
Cacém, Portugal
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