Aníbal Bastos
NUVENS
Nuvens que pairais no céu,
Feitas de vapor de água,
Vós tendes algo de meu,
Produto da minha mágoa,
Quando o meu céu escureceu!
E dos olhos nublados,
Fontes de água brotaram,
Formando rios salgados;
Pelo calor evaporados,
Em nuvens se transformaram!
Quando olho o céu e vejo,
Castelos de nuvens brancas,
Sinto acordar os desejos,
Dos teus lábios, dos teus beijos:
Das nossas palavras francas!
Mas se vejo nuvens escuras,
Anunciando tempestade,
Recordo as amarguras,
Fruto das nossas loucuras,
Destruindo a felicidade!
Um dia o Sol a brilhar,
No céu azul espero ver,
Sem nuvens para o ocultar;
Quando vir no teu olhar,
A minha razão de ser!
E mesmo no frio inverno,
Depois das folhas caídas,
Com um olhar doce e terno,
Poremos fim ao inferno,
Das nuvens das nossas vidas!
A. Bastos (Júnior)
Nenhum comentário:
Postar um comentário