Aníbal Bastos
SEDE
Vós que estais adormecidos,
No corpo e nos sentidos,
Abri os olhos e vede:
Aonde a miséria tem nome,
Há gente que morre à fome
E também quem morra à sede!
Há muita gente sedenta,
De uma sede que alimenta,
A ambição desmedida!
Onde a ânsia do poder,
Semeia sede a valer,
Enquanto destrói a vida!
Quem tem a sede de fama,
Até rasteja na lama,
Para a fama conseguir!
Depois da fama alcançada,
Fica a sede saciada…
Se a sede o permitir!
Quem tem sede de aventura,
Passa a vida à procura,
Do que é inesperado!
Anda de canto em esquina,
A ver se encontra a sina,
Que lhe fica do outro lado!
Quem tem sede de glória,
Para poder ficar na história,
Com um nome consagrado!
Só fazendo de tudo um pouco,
Passando por sábio ou louco,
Consegue o fim desejado!
Esta é uma opinião,
Sobre a sede em questão,
De quem defende o teor:
Tendo o lema por divisa,
De que o mundo precisa,
É de justiça paz e amor!
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