Podem chamar-me de louco,
Por desvendar um segredo
Que é mesmo verdadeiro!
-Duas coisas tenho pouco:
-Uma, chama-se dinheiro!
E outra, chama-se medo!
Já voei no alto do céu,
Já andei no fundo do mar
E também, já fui à guerra
E o medo não apareceu!
Não sei o lugar da terra,
Onde o possa encontrar!
Quando estava a nascer:
- Dizem que vinha assim,
A modos com sinais de morte!
E o medo por assim me ver,
Temendo a mesma sorte,
Fugiu a sete pés de mim!
Mas há quem diga também
Que por ser noite de inverno,
Teve frio e quis ficar,
No ventre da minha mãe,
Em vez de vir habitar,
Neste pedaço de inferno!
Se alguém me quer pregar,
Um susto bem verdadeiro,
Tenha isto em atenção!
-Para não se enganar
Corra o mundo e então,
Traga-me o medo, primeiro!
A. Bastos (Júnior)
Por desvendar um segredo
Que é mesmo verdadeiro!
-Duas coisas tenho pouco:
-Uma, chama-se dinheiro!
E outra, chama-se medo!
Já voei no alto do céu,
Já andei no fundo do mar
E também, já fui à guerra
E o medo não apareceu!
Não sei o lugar da terra,
Onde o possa encontrar!
Quando estava a nascer:
- Dizem que vinha assim,
A modos com sinais de morte!
E o medo por assim me ver,
Temendo a mesma sorte,
Fugiu a sete pés de mim!
Mas há quem diga também
Que por ser noite de inverno,
Teve frio e quis ficar,
No ventre da minha mãe,
Em vez de vir habitar,
Neste pedaço de inferno!
Se alguém me quer pregar,
Um susto bem verdadeiro,
Tenha isto em atenção!
-Para não se enganar
Corra o mundo e então,
Traga-me o medo, primeiro!
A. Bastos (Júnior)
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