Aníbal Bastos
Quando morrer não quero ser cremado,
Porque não foi do fogo que eu nasci!
Se no fogo infernal sempre vivi!
Quero na morte senti-lo apagado!
Quero sentir a terra, ser enterrado!
Pertenço à terra-mãe, dela saí!
Regressar à morada de onde parti,
Sentir-me nos seus braços apertado!
Não quero, velas, lágrimas, nem flores,
Nem palavras bonitas de louvores,
Nem vestes imitando a noite escura!
Que o meu corpo baixe à sepultura,
Para aos vermes servir de alimento
E eu, me torne livre como o vento!
A. Bastos (Júnior
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