PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

CLAUDIO - Prosas do Tema = MELANCOLIA




Claudio Caldas Faria
- Depressão II -





Energia pura em todo o corpo 

Deixava a alma em todo o porto

Tudo mais que delineado,

Nada torto
Arrepio na pele de amores
Explosões de sons e cores
Uma força maior, (incontestável).
Levando-o a um mundo improvável
De conter alguma realidade
Mas o tempo e a fatalidade
Não deixariam o bem-estar se prolongar



Por que assim não pode ser?

Era a simples vontade de viver

Que impulsionava todo o seu ser.
Porque não pode ser assim
Deixaram a vida chegar até a mim
Para em um só segundo
Me apontarem o fim.



Queda vertiginosa

Cheia de curvas e espinhosa

Que as dores do corpo chegam a gritar.
A escuridão só aumentando
A Alma plenamente em pranto
Calava a voz, o peito e o pensar



Ouvia alguém que perguntava:

- Ele está morto?

Outra voz ao longe retrucava:
- Não, mas está lá, todo torto,
Parece que num distante porto,
Seu corpo vai enfim descansar.



Os sons, todos eles,

Antes deslumbrantes

Agora, eles todos
Com notas horripilantes



Cores?

O olho nenhuma conseguia ver

Nem o preto, ou o branco, apenas o cinza
Dizem ser esta a cor da morte!
Mas o que se há de fazer?




- E o que ele costuma dizer? 

- Que a melhor coisa da vida é morrer!.



O pior é ter que ver o tormento

Engolir o que não se quer - medicamento -

Abdicar de tudo que lhe é importante
Não há vontades, amor ou um só instante,
Que se possa afirmar: ESTOU VIVO !!



São vômitos, suores gelados e dores,

Arrepios, medos e os maiores tremores

Que morrer é a única saída.
O interior se abre em feridas
Para as quais remédios não há.



Não existe o apego a mais nada

Para ser exato é apenas isso: O NADA;

Nada mais importa, nada mais interessa
Existe apenas uma pressa
De sentir a morte chegar
Mas ela nunca se aproxima o necessário
Só lhe sopra na nuca o falso presságio
Que pouco falta para finalizar
E tudo vai cada vez mais perdurando
No poço profundo tu vais despencando
Sem um fim, sem um nunca terminar...

Claudio Caldas Faria
in. "ECOS & REFLEXOS"

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