Claudio Caldas Faria
- Depressão II -
Energia pura em todo o corpo
Deixava a alma em todo o porto
Tudo mais que delineado,
Nada torto
Arrepio na pele de amores
Explosões de sons e cores
Uma força maior, (incontestável).
Levando-o a um mundo improvável
De conter alguma realidade
Mas o tempo e a fatalidade
Não deixariam o bem-estar se prolongar
Por que assim não pode ser?
Era a simples vontade de viver
Que impulsionava todo o seu ser.
Porque não pode ser assim
Deixaram a vida chegar até a mim
Para em um só segundo
Me apontarem o fim.
Queda vertiginosa
Cheia de curvas e espinhosa
Que as dores do corpo chegam a gritar.
A escuridão só aumentando
A Alma plenamente em pranto
Calava a voz, o peito e o pensar
Ouvia alguém que perguntava:
- Ele está morto?
Outra voz ao longe retrucava:
- Não, mas está lá, todo torto,
Parece que num distante porto,
Seu corpo vai enfim descansar.
Os sons, todos eles,
Antes deslumbrantes
Agora, eles todos
Com notas horripilantes
Cores?
O olho nenhuma conseguia ver
Nem o preto, ou o branco, apenas o cinza
Dizem ser esta a cor da morte!
Mas o que se há de fazer?
- E o que ele costuma dizer?
- Que a melhor coisa da vida é morrer!.
O pior é ter que ver o tormento
Engolir o que não se quer - medicamento -
Abdicar de tudo que lhe é importante
Não há vontades, amor ou um só instante,
Que se possa afirmar: ESTOU VIVO !!
São vômitos, suores gelados e dores,
Arrepios, medos e os maiores tremores
Que morrer é a única saída.
O interior se abre em feridas
Para as quais remédios não há.
Não existe o apego a mais nada
Para ser exato é apenas isso: O NADA;
Nada mais importa, nada mais interessa
Existe apenas uma pressa
De sentir a morte chegar
Mas ela nunca se aproxima o necessário
Só lhe sopra na nuca o falso presságio
Que pouco falta para finalizar
E tudo vai cada vez mais perdurando
No poço profundo tu vais despencando
Sem um fim, sem um nunca terminar...
Claudio Caldas Faria
in. "ECOS & REFLEXOS"
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