PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Maria da Roda




Aníbal Bastos




Maria da roda,
Por alcunha chamada
E assim conhecida!
Fora a vida toda,
Na roda da vida,
Sempre maltratada!

Logo à nascença,
Fora abandonada,
Por quem a gerara!
A sua presença,
Só fora notada,
Porque ela chorara!

No asilo crescera,
Órfã de carinhos,
Por ser enjeitada;
Apenas tivera,
Da rosa os espinhos,
Perfumes de nada!

Quando é chegada,
A maioridade,
Não pode continuar,
A ser asilada!
Vai para a cidade,
Na roda rodar!

Encontrou o amor,
Julgou ser amada
E foi seduzida,
Depois veio a dor!
Foi abandonada,
Na roda da vida!

E assim foram tantos,
Amores encontrados,
Mas nenhum viveu!
Quando os seus encantos,
Foram apagados,
Maria morreu!

Como indigente,
Fora enterrada!
Ninguém a chorou!
Criança inocente,
Mulher ultrajada,
Por fim descansou!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui