Aníbal Bastos
Maria da roda,
Por alcunha chamada
E assim conhecida!
Fora a vida toda,
Na roda da vida,
Sempre maltratada!
Logo à nascença,
Fora abandonada,
Por quem a gerara!
A sua presença,
Só fora notada,
Porque ela chorara!
No asilo crescera,
Órfã de carinhos,
Por ser enjeitada;
Apenas tivera,
Da rosa os espinhos,
Perfumes de nada!
Quando é chegada,
A maioridade,
Não pode continuar,
A ser asilada!
Vai para a cidade,
Na roda rodar!
Encontrou o amor,
Julgou ser amada
E foi seduzida,
Depois veio a dor!
Foi abandonada,
Na roda da vida!
E assim foram tantos,
Amores encontrados,
Mas nenhum viveu!
Quando os seus encantos,
Foram apagados,
Maria morreu!
Como indigente,
Fora enterrada!
Ninguém a chorou!
Criança inocente,
Mulher ultrajada,
Por fim descansou!
A. Bastos (Júnior)
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