Aníbal Bastos
Entre o ver e o ouvir,
Há diferenças abismais,
Porque no ver, não há mentir,
Mas uma verdade gravada
Que não pode ser é alterada,
Porque as imagens são reais!
Já no ouvir é diferente!
A verdade se confronta,
Com o parecer tendente!
E assim uma história contada,
É quase sempre adulterada,
Pelo sentir de quem a conta!
Pela forma de dizer
E pelo jeito de sorrir,
Há quem consiga fazer,
De uma mentira matreira,
Uma história verdadeira;
Para de verdade servir!
Porém se os factos vimos,
A nossa mente arquiva,
O que no acto sentimos!
Desmentimos a história,
Porque na nossa memória,
A imagem mantém-se viva!
Mas para os nossos ouvidos,
Da mentira acostumados,
Se fecharam os sentidos!
De tão forma que parece,
Que o povo adormece,
Por ter ouvidos tapados!
Abram-se olhos e os ouvidos
E não se esqueça a fala,
Para além dos outros sentidos!
E quando isto acontecer,
Talvez deixemos de ser,
A gente do come e cala!
A. Bastos (Júnior)
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