PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

domingo, 12 de agosto de 2012

João Paulo Brasileiro - Foto = DOENTES




João Paulo Brasileiro
Doentes







O que eu gostaria de verdade, era saber o que pensam as pessoas por traz das vidraças, de onde ficam de quando em quando com os olhos fixos nos edifícios...
Irônicos!
Estáticos!
Ápices da gabardia!

Por traz das janelas medrosas eles pensam e nada dizem!
E eu, por não saber, sinto medo!
Medo de tantas coisas...
Medo talvez do Enola Gay!

Tantos planos traçados no silencio!
Tanto silencio nas multidões!
Metralham todo dia, muitas horas,
vitimando o mais supremo, e
escondendo verdades necessárias!

Grossas mãos!
Frágeis homens!
Iludido sentimento a espera do futuro!

O que eu gostaria de verdade, era saber o que pensam as pessoas por traz de suas origens, de onde ficam classificando gestos,
sublinhando erros,
ignorando o espelho,
e sorrindo a covardia conjunta desse povo subtraído!

Por traz de suas origens cênicas, eles pensam nada mostram!
E eu, ainda medroso, sinto espanto!
Espanto por essas cabeças!
Espanto pelas dominações!
Pelos planos traçados sorrateiros!

Sorrateiras pessoas!
Que emaranham a cada dia, tantos momentos!
Tomba o fraco!
Ironiza o herói!
Minimiza os endereços do ouro,
fortalecendo as façanhas da falta,
entre pobres,
entre crianças...

Sorriem, enquanto eletrizam as malhas desta sela universal...!
Perecível festa!
Absurda imaginação a espera do futuro!

Finalmente, o que eu preciso saber...
É o que pensa Deus, dessas pessoas doentes?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui