Orlando Costa Filho
Não me leves a mal
fim de tarde, já vou.
A nau está zarpando,
abrabrothersoul!
Não há lugar pra ti
nem é bom que tu vás,
Tu choras, cai safira
e eu... derramo aguarrás.
Há um quê no mar de ira,
o desejo por meu sal...
e as cinzas dos meus olhos
mancham roupas no varal.
Trago à mão uma estopa
encharcada de benzina,
e o que hoje é turbilhão
amanhã é brisa fina...
Dores nos porões
carnaval no convés
suicidas adernados
nos versos de través.
Na orgia dos pelicanos
tubarões redemoinhos,
não se engane, brothersoul
quem se fode é só peixinho!
A nau enterra a proa
na sequencia das vagas
nau-nariz que aspira
as cristas e divaga...
Lastro-dor no porão!
Luz de vela na cisterna!
Esperança nem ao menos
sinaliza com lanterna...
Nas cordilheiras de nuvens,
ribombam os trovões
e lâminas de saudades
amputam corações,
caem no horizonte...
Para lá mesmo que vou
resgatar todas as quimeras.
Abrabrothersoul!
Ocf
Castelo/ES, 31/8/2012
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