Lucrecia Rocha
Queixou-se de mim a poesia....
Lamentou-se por mim a poesia
De mim, fugiu o verso
Em pranto silencioso, expirou-se.
Queixou-se de mim a poesia....
Abandonada sentiu-se,
Quando versos, sonhos
Em águas correntes ecoaram
Afogando-se diante da minha presença oculta.
Triste, ficou a poesia!
Queixou-se de mim a poesia...
Da minha melancolia,
Lucidez duvidosa,
Lamentos, aflições minhas.
Sorumbática....
Queixou-se do apático coração,
Exilado, adormecido nos lençóis
Da passividade
Da quietude do esquecimento dos versos,
Que do coração entoava.
Queixou-se de mim a poesia....
Livra-me da camisa-de-força, eu sou a poesia!
Livra-me da indolência, eu sou a poesia!
Livra-me, que a vida está a espera, eu sou a poesia!
Hermético, não é o coração do poeta!
Autora : Lucrecia Rocha - Pub. Livro Confissão em versos. Salvador:Cogito,2012
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