PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

terça-feira, 10 de julho de 2012

A Cadeira de Balanço


Angela Mendes





Naquela cadeira de balanço
eu a vejo ainda sentada
na hora do descanso...
Seus cabelos tão brancos
e sua face já enrugada
são marcas do tempo
e de muito sofrimento
de uma vida árdua e calejada.
Olhar perdido nas lembranças
de ter a prole aos seus pés,
do filho pedindo colo
ou do neto chamando a vovó.
No toque de recolher
a família se reunia e rezava
a ave-maria no entardecer.
Que magia naquele olhar,
quanta sabedoria no falar...
Te lembro de chinelo na mão,
chamando nossa atenção, 
mas tudo foi para nos educar
Ah, mãe querida, quanta falta
do teu "Deus te abençoe" todo dia,
do teu andar lento pela casa,
da comidinha simples e saborosa
que com carinho você fazia..
Ainda te vejo ali sentada
com o olhar perdido 
e tudo ficou em silêncio,vazio,
somente essa saudade danada
e no coração sinto muito frio...

(Ângela Mendes, 10/07/2012)


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