PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

ANIBAL - P. do Tema = VIOLEIRO ( VIOLA)




Aníbal Bastos
VIOLA




Viola que me recordas,
Quando oiço as tuas cordas,
Soltar gemidos de dor,
Os tempos de antigamente,
Uma viola inexperiente,
Nas mãos de um fraco tocador!

Viola corpo de mulher,
Que não o toca qualquer,
As tuas cordas são veias;
Aonde o sangue lateja,
Por as mãos de quem deseja,
Mas nunca por mãos alheias!

Das vezes que te toquei,
Muitas delas me enganei,
E o som saía trocado!
Por não te saber dedilhar,
Não te quis para acompanhar,
Na minha vida, o meu fado!

Pus-te de lado e parti,
Só que nunca consegui,
Outra viola encontrar!
E quando as dedilhava,
Na minha mente soava,
O teu antigo trinar!

O tempo foi-se passando,
E eu de viola trocando,
De acorda com as baladas!
Tantas violas toquei
E noutras tantas encontrei,
Violas desafinadas!

Viola da minha vida,
Jamais serás esquecida,
No meu fado em descantes!
Que dou por mim a sorrir,
Ao pensar estar a ouvir,
O teu trinar como dantes!

A. Bastos (Júnior)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você faz parte daqui