PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

domingo, 3 de junho de 2012

Sede


André Alves




Tenho sede
De abrir caminhos, descobrir novas águas
De me encher de novidades
Ah, a minha adolescência
Tudo era farto
Forças
O copo sempre cheio
As festas lotadas
O agora está mais quieto, represa outros intentos
Mais maduros
Mais sensatos
Aquieto-me
Com a tranquilidade que a sabedoria dos anos me deu
Sinto falta às vezes da resistência física
Mas desde quando o físico fica impotente
Diante da potência da maturidade?
Mastigo rapidamente as horas
O almoço corrido dá-me responsabilidades
De que o tempo é o argumento
De que o agora é de movimento
Sério
Preciso
Despacho o menino e suas artes
Tento escrever arte
Que artista é a vida
Que é bebida em goles fartos
Tenho meus prazeres
É quando uso o canudinho
Demoradamente degusto uma caipirinha
Embriago-me com o mesmo tempo que descansa
Não sou nostálgico
Entrego-me à magia da presença,
Do ontem que foi o aprendizado do dia
Liberto os minutos
Aprendo com as boas horas
O passado, preso, não anda
É um pássaro ferido
Que aos pios fracos
Me cutuca incessante
Deem-me água
Saciem-me
Agradecerei pela gentileza
Novas fontes serão desvendadas
O prazer continuará no dia que segue.

André Alves

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