Angela Mendes
Pelo fio da palavra
Me deixo conduzir,
Metafórico dilema
De existir.
Contornada desses
Matizes mais intensos,
Flores líricas,
Rosas míticas
De sangue e carmim.
Por dentro
De mim,
Cavernas dentre cavernas,
Na lucidez de experimentar
A própria sombra,
E provar,
Sem medos,
O sabor solene
Desse vinho,
A retzina dos deuses.
Da escuridão,
Do ser lírico,
Emergir das dores,
Dos risos,
Do que sobrou dos abismos
E dos naufrágios,
Nesta dança de ser poeta,
De terra e mar.
Incerta,
Contradição de ser
A soberana dona
Das palavras vãs,
E na escravidão da mente,
Me perder,
E me encontrar,
Apenas quando vergo
O corpo, em delicado lírio,
E beijo o chão
Do palácio de um poema.
Sandra Fonseca...
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