Angela Mendes
Minha vida é uma rosa.
De muito cedo reconheci
os espinhos.
Que alguém os aparava
para não me ferir.
Um botão quase perfeito
tornei-me um dia
alguém tentou arrancar
sem tato e sem alegria.
Nem todos sabem
ver a beleza da flor
sem desejar apagar
destruir e pisotear.
Sobrevivi, porém fora do jardim
alcei pelos penhascos da vida.
Sem casuísmo
vivi ao lado da Rainha do Abismo
a flor que amei e respeitei
mesmo sem cor ou perfume
ela me indicou o caminho
e eu o segui sozinha.
A bela rosa se abriu um dia
em pétalas de tenacidade
buscou e encontrou, a felicidade.
Não me disseram, porém
que a vida vale um vintém
se o risco for muito grande.
E eu arrisquei
muito mais do que devia
na busca irrefreada
do amor
que finalmente encontrei.
As pétalas vermelhas
da minha vida
foram queimando lentamente
pelo sol do meio-dia
sempre escaldante.
Não me furtei ao brilho do sol
tampouco ao sereno da noite
por mais que fosse um açoite
na minha cor.
Acabei assim, sem a minha cor carmim
guardada como elegia
num livro de poesia...
Tere Penhabe
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