Ereni Wink
No ímpeto das correntezas sinuosas
Desce um barco sem remo, esquecido,
Transbordado das mais lindas rosas
Seu viageiro ébrio, adormecido.
Renegado, íncola de uma aldeia
Já não se importando com o perigo,
Retorna. Nada deseja, nada anseia,
No permeio das rosas, tem abrigo.
Escravo do amor não correspondido
De uma índia arredia, indomável.
Pobre dele! Coração ferido,
Morte certa! Seu destino é imutável.
Cônscio, nem precisava prever
Pois, somente a silvícola lhe interessava
Nada lhe restava a não ser morrer,
Enquanto o barco, desgovernado, regressava.
(Antônio Dirceu)
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