Fátima Custódio
Mar longínquo das névoas espessas,
Teu corpo é vida que outrora habitou,
Deixa que o medo adormeça nas ondas
Nas ondas que em mim fazem tempestade
Tu que me embalas nas noites de insónia,
Numa prece atendida nos cantos da vida,
Suave, refúgio dos olhos, encanto da alma,
Meu corpo de sal, de asas partidas;
Quero-te em mim como areia molhada;
Mar, se o teu chão a ninguém pertence
Não sentes a dureza das rochas nascer?
Ao ritmo das marés, batendo incessante,
Nas luas dos dias e das vagas vazias,
Mar, não sentes a dor que me fez morrer?
E em nuvens envoltas e dispersas no ar,
Levas meu espírito para longe daqui,
Quero-te de volta mas margens limpas,
Da água salgada, meu corpo de sal...
De carícias pleno e de toques sentidos,
Nas pegadas da vida, por aí a filtrar,
Dá-me a tua paz, transporta-me contigo
Na estrada do amor, dos amantes do mar...
Fátima Custódio
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