PROSAS EM VERSOS

SER POETA, É SENTIR AFLORAR DA PELE SENSIBILIDADE, É OUVIR O GRITO DOS QUE NADA DISSERAM, É VER POR UMA GAMA DE CORES INVISÍVEIS À MACROSCÓPICA VISÃO DOS INSENSÍVEIS, É PENETRAR IMPIEDOSAMENTE À ALMA HUMANA.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Jogo




Aníbal Bastos




Quem no jogo tem o domínio,
Vive a sonhar com o fascínio,
Que a vitória lhe promete!
Não se mostre superior,
Pois nem sempre é vencedor,
Quem vence o primeiro sete!

Seja no jogo da vida,
Ou qualquer outra partida,
Para conseguir patrocínio!
Deve jogar com verdade,
Olhar para realidade,
Se não cai em declínio!

Se no jogo do amor,
Um ou outro jogador,
Mete uma faca na bota
E uma carta na manga!
Um dos dois fica de tanga
Porque, um deles fez batota!

No jogo dos trapaceiros,
Aos falsos são os primeiros,
A jurar honestidade!
E até há quem faça juras,
Às claras e às escuras,
Para atestar a verdade!

No jogo da cabra-cega,
-Muita gente se entrega -
Ou então, ao esconde-esconde!
Cabra-cega para agarrar,
Esconde-esconde para encontrar,
Sem saber o quê, nem onde!

No jogo do meu país,
Joga um povo infeliz,
Num jogo com outro nome!
Chama-se jogo emigrar,
De mendigar, ou roubar,
Para não morrer de fome!

Nestas atrás, seis sextilhas
Que não estão maravilhas,
Mas não sei fazer melhor,
Digo que a vida é um jogo,
Mas não ponho as mãos no fogo,
Seja qual for o jogador!

A. Bastos (Júnior)

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